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FUTEBOL
Ainda sobre o Ranking Mundial
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O ano de 2003 não poderia
ter começado de melhor forma para esta coluna, que quebrou seu recorde de e-mails após
a publicação, parcial, do Ranking
Mundial de Clubes no último domingo. Algumas explicações e
análises sobre o ranking são necessárias. Além do grande interesse despertado em muitos leitores
sobre essa pesquisa histórica (para minha surpresa, só dois e-mails criticaram alguns dos critérios adotados), a última coluna só
mostrou friamente as posições
dos cem primeiros na tabela, sem
comentar o resultado.
Antes de interpretar os números, quero dizer que os leitores interessados (muitos, acredito, estavam viajando na virada do ano)
que não receberam o ranking
completo podem solicitá-lo pelo
meu e-mail. Primeiro, o Real Madrid é líder disparado, único time
com mais de mil pontos na lista.
Óbvio. Não há contestação. Segundo, uma série de tradicionais
e vitoriosos clubes, todos estrangeiros, figuram entre os Top 10.
Uma família santista lamentou
a colocação do lendário clube de
Pelé (19º). Assim como é fato que
o Santos capturou dezenas de troféus no exterior, é fato que o campeão brasileiro possui "apenas"
cinco títulos oficiais ou de boa expressão no cenário internacional
(com o esquadrão que teve, o Santos deveria ter ganho mais que
dois Mundiais, duas Libertadores
e uma Conmebol). Pesa contra os
times brasileiros a dificuldade em
chegar aos torneios continentais.
Em alguns anos, também não foi
dada a devida prioridade para
competições fora do país.
São Paulo, Cruzeiro, Santos,
Palmeiras, Flamengo e Grêmio
são os brasileiros mais bem colocados e aparecem entre os 25 melhores. Deixando de lado rivalidades clubísticas, é nítido que esses foram os times nacionais mais
bem-sucedidos no exterior.
Quanto ao Mundial de Clubes,
mesmo esse não tendo alcançado
ainda sua segunda edição, é impossível virar as costas para a Fifa. Para o Ranking Mundial de
Clubes (será mesmo anual agora), o torneio realizado em 2000
no Brasil foi inspirador. O Raja
Casablanca, o Al Nasr e até o
South Melbourne figuram no
ranking com relativo destaque e
são exemplos de times quase nada famosos que já fizeram algum
"barulho" mundo afora. Nenhuma outra lista histórica havia sido tão globalizada quanto a divulgada no domingo passado. As
disputas que de fato tiveram peso
em todas as regiões não foram
"excluídas", mas por tradição os
torneios de Europa-América do
Sul tiveram mais peso.
A presença de alguns africanos
e asiáticos com destaque no ranking pode ter surpreendido um
pouco. Mas basta um exemplo
para mostrar que os pontos dados
aos times dos continentes de menor tradição no futebol não foram superestimados. O egípcio
Zamalek, pentacampeão africano
e vencedor de disputas intercontinentais, está logo atrás do colombiano América de Cali, que nunca foi campeão de seu continente
-em 32º lugar, o Zamalek é o
melhor não-europeu-sul-americano. Os principais continentes
do futebol ainda levam vantagem
porque seus torneios são mais antigos e, no geral, regulares.
Arsenal, PSG, Roma e San Lorenzo são exemplos de clubes de
grande projeção, mas que pouco
triunfaram internacionalmente.
Isso, é claro, reflete no ranking,
que espera ansioso pelas disputas
deste 2003.
2003 na Europa
Na Inglaterra, falam que o ano será de "Diego" (Wayne Rooney, do
Everton) e "Robinho" (James Milner, do Leeds). Minha aposta ainda é Van der Vaart, do Ajax.
2003 na América do Sul
A Libertadores, que teve sua maior cobertura televisiva até hoje na
PSN, agora se vê na Fox (também EUA).
2002 na África
Ou Diouf (SEN), ou Diop (SEN) ou Mido (EGI) será eleito melhor
jogador do continente no ano passado. Mas o resultado só sai em
31 de março deste ano.
2002 na América do Sul
Cardozo (PAR) foi o melhor da região no ano passado. Para quem
lembra da Copa de 1998, é duro de engolir.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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