São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2000

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O PERSONAGEM

Artilheiro na Europa, Jardel quer a seleção

DA REPORTAGEM LOCAL

Maior artilheiro da Europa em 1999, o atacante Jardel, 26, do Galatasaray, está próximo de repetir o feito neste ano.
Em 2000, o brasileiro já tem 34 gols e lidera a lista de goleadores do continente. O segundo posto é do ucraniano Schevchenko, do Milan, com 28 gols.
O prestígio que construiu fazendo gols transformou Jardel em um dos jogadores mais cobiçados da Europa.
Em entrevista à Folha, por telefone, de sua casa em Ancara (TUR), Jardel disse que deve se transferir para o Benfica.
Segundo o procurador do jogador, Luís Viana, o clube português deve pagar US$ 25 milhões ao Galatasaray. Em boa fase, o atacante disse que espera disputar a Copa de 2002. "O Leão conhece meu trabalho e espero ter uma nova chance na seleção." Leia os principais trechos da entrevista. (EAR)

Folha - Você está próximo de se tornar, pela segunda vez, o maior artilheiro da Europa. O que isso representa para você?
Jardel -
Estou muito feliz. Vivo de gols. Mas não estou satisfeito, sei que posso muito mais.

Folha - Na sua opinião, qual é a razão para o sucesso do futebol turco neste ano?
Jardel -
Os investimentos. Além disso, os jogadores turcos são muito aplicados. Aqui o futebol é veloz, e eu tive um pouco de dificuldade no início porque sou mais técnico e lento.

Folha - Por isso é que você foi criticado pela imprensa turca?
Jardel -
A imprensa não se conforma com o fato de eu não ajudar na marcação. Vim marcar gols e estou fazendo isso.

Folha - E como é seu relacionamento com a torcida?
Jardel -
É muito bom. Eles gritam meu nome. Só a imprensa não gosta muito de mim aqui.

Folha - Você acha que terá chance na seleção com o Leão?
Jardel -
Mesmo sendo o maior artilheiro da Europa em 1999, fui mal aproveitado na seleção. Aliás, eu sempre questiono o porquê de nunca ter tido uma chance real. Com o Leão, que conhece meu trabalho, espero ser convocado. Meu objetivo é disputar a Copa de 2002.

Folha - Você tem proposta do Benfica. O novo presidente do time, Manuel Vilarinho, prometeu em campanha que o levaria ...
Jardel -
Essa promessa será cumprida. Eu devo ir para o Benfica agora em dezembro ou em maio de 2001.

Folha - Você já teve propostas de grandes times europeus, como a Juventus. Por que você ainda não se transferiu?
Jardel -
Algumas pessoas ainda duvidam da minha capacidade e também acham que eu não mereço o que ganho (atualmente recebe US$ 3 milhões por ano). É por isso que não deu certo com a Juventus. Mas estou num grande clube e irei para outro, que é o Benfica.

Folha - Quanto tempo mais você deve ficar na Europa?
Jardel -
Pretendo ficar mais uns três, quatro anos. Depois, quero voltar ao Brasil e jogar no futebol paulista.

Folha - Você tem acompanhado as CPIs que investigam o futebol brasileiro?
Jardel -
As CPIs? Sim, claro. Inclusive fui chamado no ano passado por eles.

Folha - No ano passado? Mas as CPIs foram instaladas em outubro deste ano?
Jardel -
Ah, achei que você estivesse falando da Receita (Federal).

Folha - Você teve algum problema com a Receita Federal?
Jardel -
Não. Eles (fiscais da Receita) queriam saber o que eu tinha e viram que está tudo certo. Eu paguei quatro anos de impostos em Portugal.

Folha - Você está sabendo que o seu procurador, o Luís Viana, foi citado pela ex-assessora de Luxemburgo na CPI do Senado?
Jardel -
Não. O que ela disse?

Folha - Ela falou que ele (Viana) e outros empresários se encontravam para tratar de negociações de jogadores ...
Jardel -
Se fosse verdade, eu seria titular da seleção brasileira em todos os jogos.


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