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O PERSONAGEM
Artilheiro na Europa, Jardel quer a seleção
DA REPORTAGEM LOCAL
Maior artilheiro da Europa
em 1999, o atacante Jardel, 26,
do Galatasaray, está próximo
de repetir o feito neste ano.
Em 2000, o brasileiro já tem
34 gols e lidera a lista de goleadores do continente. O segundo posto é do ucraniano Schevchenko, do Milan, com 28 gols.
O prestígio que construiu fazendo gols transformou Jardel
em um dos jogadores mais cobiçados da Europa.
Em entrevista à Folha, por telefone, de sua casa em Ancara
(TUR), Jardel disse que deve se
transferir para o Benfica.
Segundo o procurador do jogador, Luís Viana, o clube português deve pagar US$ 25 milhões ao Galatasaray. Em boa
fase, o atacante disse que espera disputar a Copa de 2002. "O
Leão conhece meu trabalho e
espero ter uma nova chance na
seleção." Leia os principais trechos da entrevista.
(EAR)
Folha - Você está próximo de
se tornar, pela segunda vez, o
maior artilheiro da Europa. O
que isso representa para você?
Jardel - Estou muito feliz. Vivo de gols. Mas não estou satisfeito, sei que posso muito mais.
Folha - Na sua opinião, qual é a
razão para o sucesso do futebol
turco neste ano?
Jardel - Os investimentos.
Além disso, os jogadores turcos
são muito aplicados. Aqui o futebol é veloz, e eu tive um pouco de dificuldade no início porque sou mais técnico e lento.
Folha - Por isso é que você foi
criticado pela imprensa turca?
Jardel - A imprensa não se
conforma com o fato de eu não
ajudar na marcação. Vim marcar gols e estou fazendo isso.
Folha - E como é seu relacionamento com a torcida?
Jardel - É muito bom. Eles gritam meu nome. Só a imprensa
não gosta muito de mim aqui.
Folha - Você acha que terá
chance na seleção com o Leão?
Jardel - Mesmo sendo o
maior artilheiro da Europa em
1999, fui mal aproveitado na seleção. Aliás, eu sempre questiono o porquê de nunca ter tido
uma chance real. Com o Leão,
que conhece meu trabalho, espero ser convocado. Meu objetivo é disputar a Copa de 2002.
Folha - Você tem proposta do
Benfica. O novo presidente do time, Manuel Vilarinho, prometeu
em campanha que o levaria ...
Jardel - Essa promessa será
cumprida. Eu devo ir para o
Benfica agora em dezembro ou
em maio de 2001.
Folha - Você já teve propostas
de grandes times europeus, como a Juventus. Por que você ainda não se transferiu?
Jardel - Algumas pessoas ainda duvidam da minha capacidade e também acham que eu
não mereço o que ganho
(atualmente recebe US$ 3 milhões por ano). É por isso que
não deu certo com a Juventus.
Mas estou num grande clube e
irei para outro, que é o Benfica.
Folha - Quanto tempo mais você deve ficar na Europa?
Jardel - Pretendo ficar mais
uns três, quatro anos. Depois,
quero voltar ao Brasil e jogar
no futebol paulista.
Folha - Você tem acompanhado as CPIs que investigam o futebol brasileiro?
Jardel - As CPIs? Sim, claro.
Inclusive fui chamado no ano
passado por eles.
Folha - No ano passado? Mas as
CPIs foram instaladas em outubro deste ano?
Jardel - Ah, achei que você estivesse falando da Receita (Federal).
Folha - Você teve algum problema com a Receita Federal?
Jardel - Não. Eles (fiscais da
Receita) queriam saber o que
eu tinha e viram que está tudo
certo. Eu paguei quatro anos de
impostos em Portugal.
Folha - Você está sabendo que
o seu procurador, o Luís Viana,
foi citado pela ex-assessora de
Luxemburgo na CPI do Senado?
Jardel - Não. O que ela disse?
Folha - Ela falou que ele (Viana) e outros empresários se encontravam para tratar de negociações de jogadores ...
Jardel - Se fosse verdade, eu
seria titular da seleção brasileira em todos os jogos.
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