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Impasse trava planos no Brasil de gigante global de shoppings

Após fazer joint venture com grupo de Santa Catarina, australiana Westfield enfrenta dificuldades no país

Interesses conflitantes engessam tomada de decisões entre sócios; empreendimento no RS de R$ 250 mi é suspenso suspenso

MARIANNA ARAGÃO DE SÃO PAULO

Uma das maiores empresas de shopping centers do mundo, a australiana Westfield enfrenta dificuldades em sua operação brasileira, menos de dois anos após sua estreia no país.

Em agosto de 2011, a multinacional formou uma joint venture com o grupo de shoppings Almeida Júnior, que administra empreendimentos em Santa Catarina.

A operação envolveu a aquisição de 50% do capital da empresa brasileira, por cerca de US$ 450 milhões.

Desde os primeiros meses da parceria, porém, desavenças entre os sócios australianos e Jaimes Almeida Júnior, fundador do grupo homônimo e presidente da joint venture, emperram o andamento dos negócios, segundo a Folha apurou.

Por causa disso, os sócios já discutem com seus advogados uma forma de solução do impasse, que pode envolver a venda de parte das ações de um dos grupos para o outro -o que daria o controle do negócio a um deles- ou mesmo o fim da parceria.

Essa possibilidade já foi discutida em uma reunião no fim de 2012 em Sydney, que terminou sem acordo entre as partes, segundo pessoas próximas ao tema.

Outra alternativa em análise é a reformulação do contrato firmado em 2011.

O atual desenho estaria engessando a tomada de decisões. Como cada companhia detém 50% das ações, foi montado um conselho de administração com 6 membros: 3 da Westfield e 3 do grupo catarinense.

"A ideia inicial era que, com essa configuração, as decisões fossem tomadas por consenso. Mas isso tem sido a exceção desde o início", diz um ex-executivo da empresa.

DESCOMPASSO

Essa configuração agravou um descompasso existente em relação à estratégia de investimento do grupo australiano no Brasil. O país foi sua primeira aposta em mercados emergentes.

A Westfield estaria interessada em investir em shoppings de até 100 mil metros de área bruta locável, seguindo um direcionamento global. Já o grupo catarinense tem buscado shoppings com áreas menores.

A discordância levou à suspensão temporária de um empreendimento em Canoas (RS), anunciado em junho de 2012, com um investimento de R$ 250 milhões.

Em dezembro, o grupo desfez o contrato que mantinha com o proprietário do terreno. Os donos da área já negociam com outros grupos, segundo a Folha apurou.

Procurado, a Westfield Almeida Júnior afirmou, por sua assessoria de imprensa, que não iria se pronunciar e que considera o assunto especulação de mercado.

O grupo Westfield não se manifestou até o fechamento desta edição.

Apenas um shopping foi inaugurado após a criação da joint venture, em São José (SC), em outubro de 2012.


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