São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2001

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Medo leva famílias a deixar cidade

DA ENVIADA ESPECIAL

Belém, reocupada há pouco mais de uma semana por Israel, está muito diferente da cidade escolhida para ser o cartão-postal palestino: ruas vazias, prédios danificados e lojas fechadas. Uma barreira militar impede o acesso à cidade. Só entram soldados e jornalistas.
Logo depois da barreira, um "estacionamento" de tanques e soldados de prontidão indicam a deterioração do processo de paz israelo-palestino.
A maioria das famílias deixou a cidade em razão da violência e da falta de água e luz. De Belém, milícias palestinas atingem o bairro judeu de Gilo, na periferia de Jerusalém, construído em área ocupada por Israel em 1967.
Campos de refugiados da cidade abrigam terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica, facções extremistas que enviam os homens-bomba que fazem atentados contra civis israelenses.
A avenida principal, que leva ao centro da cidade, não pode ser usada, explicam os motoristas de táxi palestinos que têm um ponto depois da barreira militar. Na falta de passageiros, eles transportam "de forma segura", contornando a rua principal, jornalistas até as proximidades do Hotel Paradise, tomado pelo Exército.
O comerciante Basseh Dejani, ex-vizinho do Hotel Paradise, disse que a mulher e os oito filhos saíram de casa com a roupa do corpo e estão morando em uma fábrica nos arredores da cidade.
Por volta das 10h30, a 500 m do Hotel Paradise, na rua principal, tanques israelenses chegaram, e começou troca de tiros com os palestinos do campo de Asa. Os poucos moradores que estavam na rua se esconderam atrás de um muro. "Espero que esse inferno acabe logo para voltarmos à vida normal", disse o comerciante Dejani, que vende portas de madeira fabricadas no Brasil. (GA)




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