Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Israelense ajuda a organizar o evento à distância
EM JERUSALÉM
O filósofo israelense Sergio
Yahni, 35, que co-dirige do
Centro de Informação Alternativa (o outro co-diretor é um
palestino), ajudou a organizar
o fórum mesmo sem poder ir a
Ramallah.
(PDF)
Folha - Como o sr. vê a realização do fórum em Ramallah?
Sergio Yahni - O Fórum Temático Palestina é um passo
inicial, preparatório, para o Fórum Social Mundial em Porto
Alegre e expressa a solidariedade do FSM com o povo palestino. É importante dizer que há
espaço para organizações sociais israelenses.
Folha - O Centro de Informação
Alternativa é uma delas?
Yahni - Nosso centro, fundado em 1984, é formado por israelenses e palestinos. Temos
uma sede em Jerusalém Ocidental e outra em Beit Sahour
[Cisjordânia]. Ajudamos a organizar o fórum pois nosso objetivo é disseminar informações sobre a sociedade israelense à palestina e vice-versa.
Folha - Mas o sr. pode entrar
em Ramallah?
Yahni - Não, o governo israelense não deixa que eu entre em
Ramallah e diz que isso é para
preservar a segurança de seus
cidadãos, embora não deixe
que nós decidamos o que fazer.
Folha - Qual sua opinião sobre
a Intifada e a violência que atinge civis palestinos e israelenses?
Yahni - Qualquer expressão
nacional palestina é reprimida
e vista como terrorista, incluindo organizações de mulheres e
jovens, consideradas equivalentes a organizações armadas.
É preciso conscientização.
Folha - O que os palestinos e os
israelenses devem fazer para
pôr fim à violência?
Yahni - A única forma é a retirada israelense de Gaza e Cisjordânia, que deve ser monitorada pela comunidade internacional. Só quando o Exército e
os colonos se retirarem, haverá
condições para pôr fim à fricção imediata, reconstruir a sociedade civil palestina e garantir a segurança dos israelenses.
Folha - O sr. se recusou a prestar serviço militar. Por quê?
Yahni - Decidi não ser um soldado da ocupação. Em março e
abril, fui preso por 28 dias.
Texto Anterior: Oriente Médio: Fórum Social Mundial promove debates em Ramallah Próximo Texto: Vizinho em crise: Radicalização e ódio ameaçam Venezuela Índice
|