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ELIANE CANTANHÊDE
Sem cerimônia
BRASÍLIA - Marcos Valério foi a Dirceu no Planalto com um diretor de
banco português, 13 dias depois embarcou para Lisboa com o tesoureiro
do PTB e foi recebido como "consultor do presidente do Brasil" por um
ministro do país amigo, que agora
nega. É um bom escândalo, para ninguém botar defeito.
A estada de Valério e do petebista
Emerson Palmieri em Lisboa, em janeiro, durou menos de 48 horas. E o
que foram fazer lá? Você decide:
1 - Valério diz que foi sondar as
contas de publicidade da Portugal
Telecom, interessada na Telemig Celular. E Palmieri? Bem, é amigo de
Valério, andava cansado e precisava
de uma viagenzinha para espairecer.
2 - A Presidência informa que não
sabia de nada. E a audiência de Valério com o banqueiro na Casa Civil?
Bem, era coisa do Dirceu, ninguém
tem nada com isso.
3 - Dirceu explica que recebe todos
os banqueiros que aparecem. E por
que Valério estava junto, 13 dias antes de ir a Portugal? Bem, perguntem
ao próprio Valério e ao próprio banqueiro. Eles devem saber.
4 - Segundo Jefferson, Valério e Palmieri foram a Lisboa com um propósito bem definido: arranjar grana
com o banco e a Portugal Telecom
para quitar dívidas de campanha do
PT e do PTB.
5 - Tudo não passa de mais uma invenção da imprensa, em conluio com
forças conservadoras internacionais
que querem derrubar Lula.
Se você quer minha opinião, não
tem nada demais mesmo. Valério levava banqueiros e grandes empresários ao Planalto, assim como Delúbio
Soares introduzia empreiteiros e participava com Sílvio Pereira de reuniões da Petrobras. Tudo muito
transparente, muito hospitaleiro.
O que o tesoureiro do PT faz em
reunião de empreiteiro no Planalto?
Sei lá! E com o presidente da Usiminas? Eu que sei?
Só sei que o Planalto escancarou as
portas ao PT, e o comando do PT não
se fez de rogado. Entrou e assumiu o
controle do Estado.
elianec@uol.com.br
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