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NELSON MOTTA
Mais-valia nunca valeu tanto
RIO DE JANEIRO - É espantoso -e o que não é atualmente?-, mas os juros dos empréstimos valerianos do
Banco Rural e do BMG para o PT são
menores do que os que eles cobram
dos aposentados, descontados em folha, risco zero.
Como mostram os fatos (e as fotos!),
era muito mais arriscado emprestar
para aquele careca mal-encarado e
seu amigo barbudo acafajestado (eu
não daria as chaves do meu carro para nenhum dos dois estacioná-lo...)
tendo apenas contratos publicitários
como garantia. Esses bancos deveriam estar fora do seu juízo ou então
muito mal-intencionados e espero
ardentemente que esses empréstimos
nunca sejam pagos. Quem emprestou
que fique com o mico, como castigo
por ganância, cumplicidade ou incompetência. Ladrão que rouba ladrão paga a conta do mensalão.
Falar em juros no Brasil é sempre
um escândalo: por que os que são cobrados nos empréstimos a aposentados aqui são muito mais caros do que
os que pagam os pensionistas americanos ou chilenos? Embora as garantias e os riscos sejam os mesmos.
Se não gastassem as fortunas que
gastaram e gastam em publicidade,
os bancos, principalmente os oficiais,
poderiam emprestar aos aposentados
a juros bem menores. Adivinhe quem
paga a conta? É quem mais precisa: o
pobre tomador final do empréstimo.
O Banco Popular, criado para emprestar pequenas quantias a juros
baixos, torrou numa tacada R$ 25
milhões em propaganda e demagogia (que dariam para emprestar R$
500 a 50 mil pessoas). Claro, o custo
vai ser pago pelos pobres clientes. A
mais-valia nunca valeu tanto.
Um deputado pefelista que recebeu
dinheiro da agência de Marcos Valério pagou nada menos do que R$ 48
mil de comissão sobre uma contribuição de R$ 150 mil desembolsada por
uma empresa amiga. Valério ficou
com um terço, superando assim a
marca histórica dos 30% estabelecida
por PC Farias.
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