Marina
Rosenfeld
especial para o GD
Na tentativa de alcançar uma remuneração
semelhante à dos homens, as mulheres de Santa Catarina
participarão nos próximos meses de palestras,
seminários e cursos de capacitação. A
iniciativa é resultado de uma parceria entre o escritório
local do PNUD (Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento) e o CEDIM (Conselho Estadual dos Direitos
da Mulher), a ser firmada em agosto, com o objetivo de capacitar
a mão-de-obra feminina e destacar, junto aos empregadores,
a importância de um tratamento igual entre homens e
mulheres no ambiente de trabalho.
A idéia surgiu porque Santa Catarina, de acordo com
dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios),
é um dos estados brasileiros com maior desigualdade
de remuneração entre homens e mulheres. A pesquisa,
a cargo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
mostra que as catarinenses, que têm de quatro a sete
anos de estudo, recebem 47% do salário médio
dos homens (R$ 350,90 contra R$ 738,10). Essa diferença,
entre homens e mulheres, é maior que a do Acre, onde
elas recebem 44% da remuneração deles (R$ 241,40
e R$ 537,60).
Apesar dessa desigualdade, as mulheres de Santa Catarina,
com essa faixa de estudo, estão entre as que recebem
maior salário no país, ficando atrás
apenas das trabalhadoras de São Paulo, Distrito Federal
e Amapá.
A parceria pretende combater a desigualdade não só
por meio de cursos, mas também por meio de políticas
públicas. “Nosso objetivo é que a questão
de gênero seja vista em todas as áreas e que
sejam feitas políticas públicas que possam combater
a desigualdade em todas as instâncias”, afirma
a presidente do CEDIM, Zuleika Lenzi.
O gerente do escritório do PNUD no estado, Danilo
Cunha, diz que a idéia é visitar sindicatos
e órgãos patronais para realizar palestras e
seminários e conscientizar toda a população.
Informações: www.pnud.org.br
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