Marina
Rosenfeld
especial para o GD
Pela primeira vez no país, um docente resolveu estudar
porque as pessoas freqüentam um cemitério. Eduardo
Rezende, professor de Geografia do Brasil da UNIBAN (Universidade
Bandeirante), apresentou uma dissertação de
mestrado, cujo foco era descobrir a razão pela qual
o espaço do cemitério é usado para outros
fins que não o de enterrar pessoas e visitar lápides.
Segundo o professor, esse espaço é geralmente
usado para comer frutos das árvores, aprender a dirigir
e praticar necrofilia (relação sexual com o
morto).
A conclusão do trabalho foi que na metrópole,
o tempo de lazer é totalmente mediado pelo consumo.
O cemitério, ao contrário de restaurantes, shoppings
e dancenterias, é um espaço livre desse consumo
obrigatório e dirigido.
A partir do estudo foram lançados um site
e um livro (Metrópole da Morte Necrópole da
Vida: um estudo geográfico do cemitério de Vila
Formosa), com questões como lápides, epígrafes,
epitáfios e arte tumular.
Rezende também é membro e representante no
Brasil da Associação Latino-Americana de Cemitérios
Patrimoniais e organizador do primeiro Congresso de Cemitérios
Brasileiros na USP.
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