Bradesco
está testando sensores da Fujitsu que fazem um mapa
das veias da mão para garantir a identificação
do cliente
Para confirmar uma transferência bancária, você
aproxima sua mão do caixa eletrônico. Um sensor
especial mapeia os vasos sanguíneos localizados na
palma e identifica que sim, você é mesmo o dono
daquela conta. A transação está autorizada.
Mais uma vez, cenas de filmes futuristas entram para o dia-a-dia
das pessoas: a Fujitsu desenvolveu um sistema de identificação
biométrico que mapeia as veias da mão e com
isso verifica a identidade do usuário.
"Mesmo gêmeos idênticos têm esse mapa
das mãos diferente", explica o diretor de vendas
da Fujitsu, Edson Siqueira. "Esse sistema de identificação
já é usado em bancos japoneses e agora está
vindo para o Brasil."
O primeiro banco a adotar a novidade foi o Bradesco. Uma
máquina de testes foi instalada na agência matriz
do banco, em Osasco (SP), e até o fim do ano outras
50 estarão em funcionamento. A leitura de mãos
está sendo usada como um complemento às senhas
dos correntistas do Bradesco.
"Nos interessamos por tudo o que possa aumentar a segurança
das operações bancárias", diz o
vice-presidente executivo do banco, Laércio Cézar.
"Já havíamos estudados outras tecnologias
de biometria (ver quadro acima), mas esta nos chamou a atenção
por ser rápida, praticamente impossível de ser
burlada e muito higiênica." Não é
preciso encostar em nenhuma superfície para que o sensor
faça a leitura da mão, apenas aproximá-la.
"No Japão, onde se preza muito a higiene, este
fato foi decisivo para o sucesso do método", diz
Siqueira. "Além disso, nenhum corte leve ou calo
na mão muda o mapa dos vasos sanguíneos. Quando
a identificação é feita por digitais,
esses fatores podem influenciar."
A instalação dos sensores de mão custa
cerca de US$ 1 mil por aparelho. "É um sistema
mais caro do que outros, se analisados aparelhos com a mesma
precisão. Mas este é menos incômodo e
sofre menos interferências externas do que sensores
de íris e voz, por exemplo", diz.
Cézar, do Bradesco, acredita que a médio prazo
o uso de identificação por biometria (medidas
do corpo humano) será mais comum. "Creio que logo
muitos bancos no mundo todo usarão essa técnica,
e que será possível ter sensores de mão
em casa, como já existem hoje os leitores de impressão
digital." Segundo ele, o Bradesco está investindo,
este ano, R$ 1,5 bilhão em tecnologia. Destes, R$ 150
milhões foram para o aumento da segurança nas
operações bancárias.
Ana Paula Lacerda
As informações são do jornal O Estado
de S.Paulo.
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