Para
que possa avaliá-los, ministério criou 8 áreas
profissionais e 96 denominações para os 3,5
mil cursos existentes
O Ministério da Educação (MEC) conseguiu
reduzir a 8 áreas profissionais e 96 denominações
os 3,5 mil cursos tecnológicos de nível superior
existentes no País. O catálogo de denominações,
lançado ontem pelo Ministério da Educação,
vai permitir que esse tipo de curso - considerado superior,
mas não de graduação, por ter uma duração
mais curta - seja avaliado pelo ministério.
Até o início deste ano, os 3,5 mil cursos que
existem no País usavam 1,2 mil nomes. Eram cursos nas
mesmas áreas, com o mesmo tipo de formação,
mas com denominações variadas. Algumas, extremamente
específicas. Outras, muito gerais. Muitas que davam
o mesmo tipo de formação, mas tinham nomes diferentes.
O atual catálogo concentra as áreas de formação
tecnológicas em Agropecuária e Recursos Pesqueiros,
Comércio e Gestão, Artes, Comunicação
e Design, Construção Civil, Geomática
e Transportes, Lazer e Desenvolvimento Social, Turismo e Hospitalidade,
Indústria, Química e Mineração,
Informática e Telecomunicação, Meio Ambiente
e Tecnologia da Saúde. A concentração
é o primeiro passo para o MEC conseguir incluir os
cursos tecnológicos no Sistema Nacional de Avaliação
do Ensino Superior (Sinaes) e colocar os alunos no Exame Nacional
do Desempenho do Aluno (Enade), o sucessor do Provão.
A lei que criou o Sinaes prevê que todos os cursos
superiores sejam avaliados pelo menos a cada três anos.
No entanto, as avaliações são feitas
a partir de áreas determinadas a cada ano. Como os
cursos tecnológicos não tinham áreas,
ficava impossível encaixá-los nas avaliações.
"Facilitamos o trabalho da Secretaria de Ensino Tecnológico
e a avaliação, que deve ser feita com todos
os cursos superiores", disse o ministro da Educação,
Fernando Haddad.
Nem todos os cursos existentes hoje couberam nas atuais denominações.
Haddad explica, no entanto, que nem por isso necessariamente
eles deixarão de existir. Ou terão de se adaptar,
modificando o currículo para se encaixar a uma das
existentes, ou ficarão como cursos experimentais até
terem o que o ministro chama de "densidade tecnológica"
- ser aperfeiçoado até justificar a criação
pelo MEC de uma nova denominação. "O catálogo
não vai engessar as inovações na área
de tecnologia. O que vamos fazer é criar condições
de aperfeiçoamento", explicou Haddad.
A área de cursos tecnológicos é uma
das que mais crescem no País. Em 1998, eram 258 cursos.
Em 2004 já chegavam a 1.804. O número de matrículas
subiu 170% no período. Passou de 56.822 em 1998 para
153.307 em 2004 (3,7% das matrículas de nível
superior no País).
Apesar de ter crescido a oferta de cursos e o número
de matrículas, a demanda não foi a que as instituições
esperavam. Em 1998, 79% das vagas nesses cursos estavam preenchidas.
Em 2004, caiu para apenas 47%. Na semana passada, a Pontifícia
Universidade Católica (PUC) de São Paulo teve
de desistir de abrir, por falta de candidato, sete dos dez
cursos tecnológicos que havia criado.
O ministro da Educação atribui parte dessa
dificuldade à falta de avaliação e de
conhecimento sobre a qualidade desses cursos.
De acordo com Haddad, a falta de avaliação
faz com que o mercado desconheça a qualidade dos cursos
e por isso prejudica os alunos formados por eles. "Há
muitas reclamações de estudantes que não
conseguem sensibilizar o mercado de trabalho sobre a qualidade
da formação que receberam nesses cursos",
disse.
Lisandra Paraguassú
As informações são do jornal O
Estado de S.Paulo.
País
tem espaço para crescimento da educação
superior tecnológica
Educação
profissional pública tem ocupação de
94%
SETEC
- Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
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