Erika
Vieira
Basta um piscar de olhos e tudo se transforma. É mais
ou menos assim que funciona a nova cadeira
de rodas totalmente desenvolvida no Brasil. A cadeira
se locomove apenas por piscadas de olhos e/ou sinais cerebrais.
O invento ficará em exposição no Salão
Internacional de Robótica e Inteligência Artificial,
entre os dias 11 e 15 de abril, em São Paulo.
Inventada por pesquisadores de engenharia elétrica,
a proposta da cadeira é levar mais mobilidade a portadores
de paralisia nos braços e pernas. “Melhorar a
qualidade de vida para a pessoa com deficiência e proporcionar
a autonomia de conduzir a cadeira, para isso que a construímos”,
explica o professor doutor Teodiano Freire Bastos Filho, coordenador
do grupo de alunos de pós- graduação
integrantes do projeto, da Universidade Federal do Espírito
Santo.
Uma espécie de palm (computador portátil) fica
instalado na altura dos olhos do cadeirante, e uma série
de opções de movimento expostas na tela. O usuário
pode escolher se quer andar para frente, virar a esquerda
ou a direita, para isso, basta dar uma piscada mais demorada
quando o ícone
desejado estiver iluminado.
A planta da casa também pode ser armazenada no computador
de bordo da cadeira, assim, uma outra tela aparece com todos
os cômodos
desenhados. Por exemplo: se a pessoa está na cozinha,
é só esperar aparecer iluminado a opção
da sala (ou qualquer outro cômodo escolhido) e piscar,
automaticamente a cadeira se locomove até o local.
Sentimentos
e sensações como dor, sede, fome, calor,
frio, sono, coceira, etc, são selecionados da mesma
maneira, com a diferença de que sai pela caixa de som
possibilitando uma conversa com as pessoas ao redor. Há
ainda o recurso de utilizar o teclado
alfabético, podendo formar palavras transmitidas
por meio da saída de voz.
Todas essas funções também podem ser
ativadas através de sinais cerebrais. Um gorro com
sensores ou eletrodos são colocados na cabeça
do usuário, e a cadeira de rodas se movimenta de acordo
com os estímulos transmitidos. Quando o cadeirante
relaxa o sistema nervoso, por exemplo, o sinal na tela do
computador muda e ele seleciona para onde quer andar. “Antes
de usar esse dispositivo a pessoa precisar treinar”,
fala o professor.
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