Marina
Rosenfeld
especial para o GD
Mais de 50% dos professores de quatro universidades aprovam
o sistema de cotas raciais e sociais para ingresso de alunos
nas instituições. Entre aqueles que já
deram aula para cotistas, o índice sobe para 66%.
Os dados são da pesquisa Três Anos de Cotas
realizada pelo Programa da Cor, do Laboratório de Políticas
Públicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ). O estudo envolveu 558 professores dos cursos de Direito,
Engenharia Civil, Medicina, História e Pedagogia das
universidades federais de Alagoas (Ufal) e de Brasília
(UnB), além das estaduais da Bahia (Uneb) e do Rio
de Janeiro (UERJ). Os professores responderam questionários
sobre nove pontos, desde a avaliação do sistema
de cotas, convívio inter-racial na universidade, posição
em relação às cotas raciais e sociais,
até o desempenho dos alunos. As instituições
que participaram da pesquisa têm o sistema de cotas
há três anos.
Mais da metade dos entrevistados (52%) se declarou a favor
das cotas, mas os índices são diferentes entre
os professores das instituições. Na Uneb, 73%
são favoráveis e na Ufal, apenas 35%. Entre
os professores que já deram aula para cotistas –
45% dos entrevistados -, o percentual a favor aumenta para
66%. Em relação à pergunta sobre racismo
na universidade, 46% dizem que existe. O percentual sobe para
53% na UnB e cai para 35% na UERJ.
Dos 251 professores que já deram aula para cotistas,
74% disseram que o desempenho dos alunos é bom ou muito
bom.
Já na avaliação do sistema de cotas,
80% dos professores responderam que o nível acadêmico
da instituição continuou igual, 10% disseram
que melhorou e os outros 10%, que piorou.
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