Estudo
com ratos privados de sono sugere que aroma tem ação
energizante
Cientistas japoneses dizem que talvez apenas o cheiro do café
já seja suficiente para despertar pessoas que foram
privadas de sono - segundo um artigo publicado na revista
de ciência New Scientist.
Os especialistas dizem que são necessários
mais estudos, uma vez que os primeiros testes foram feitos
com ratos. Mas sugerem que, se comprovada, a descoberta pode
ter várias aplicações úteis.
Por exemplo, o perfume revitalizador do café poderia
ser borrifado em fábricas para ajudar a energizar trabalhadores
cansados que não podem ingerir a bebida enquanto operam
máquinas.
Experimento
A equipe de pesquisadores, liderada por Yoshinori Masuo, do
Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Industrial
Avançada em Tsukuba, no Japão, impediu 16 ratos
de dormir durante 24 horas.
Ao fim desse período, os cientistas examinaram os cérebros
dos animais e verificaram que havia uma redução
nos níveis de moléculas mRNA - abreviatura para
ácido ribonucléico mensageiro - em 11 genes
importantes para a função cerebral.
A presença do mRNA é indicadora de que um gene
está sendo expressado.
Quando os ratos foram expostos ao aroma do café, os
índices de mRNA em nove dos genes subiram para perto
dos níveis normais.
E em dois genes - o GIR, envolvido no controle neuroendócrino,
e o NFGR, associado ao controle do estresse oxidativo - os
índices de mRNA ultrapassaram o nível usual.
Não se sabe se os mesmos genes são suprimidos
em humanos privados de sono, ou se humanos se sentiriam cansados
caso esses genes fossem suprimidos. Mas muitos desses genes
possuem equivalentes em seres humanos.
Segundo os cientistas japoneses, a supressão dos genes
pode ajudar a explicar por que as pessoas se sentem mal quando
não dormem o suficiente. E a reativação
dos genes poderia explicar por que as pessoas gostam do aroma
do café.
A equipe espera agora poder identificar as moléculas
presentes no aroma do café que afetam a atividade dos
genes.
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