Quando
uma pessoa não dorme o suficiente, os centros emocionais
do cérebro reagem excessivamente às experiências
negativas, segundo estudo publicado nesta semana na revista
"Current Biology".
A pesquisa, dirigida por Matthew Walker, do Laboratório
de Sono e Neuroimagem da Universidade da Califórnia,
mostra as provas do vínculo neural entre a perda ou
privação do sono e os transtornos psiquiátricos.
A perda do sono leva a uma conduta emocionalmente irracional,
segundo os pesquisadores. Por meio de imagens de ressonância
magnética funcionais, eles analisaram o que ocorre
nas áreas emocionais do cérebro quando as pessoas
não dormem o suficiente.
"O estudo soma elementos para uma lista de benefícios
do sono", disse Walker.
"O sono parece restaurar nossos circuitos emocionais
no cérebro, e ao fazê-lo, nos prepara para os
desafios do dia seguinte e para as interações
sociais", acrescentou. "O mais importante desse
estudo é que ele mostra os perigos de não dormir
o suficiente".
Walker disse que a privação do sono destrói
mecanismos que regulam aspectos chave da saúde mental.
"O sono não é um luxo. É uma necessidade
biológica e sem ele o indivíduo pode sofrer
conseqüências cognitivas e emocionais", explica
Walker.
Os pesquisadores dividiram, ao acaso, 26 pessoas saudáveis
em dois grupos: um que dormiu normalmente, e outro onde os
participantes foram mantidos acordados por cerca de 35 horas.
No dia seguinte, imagens dos cérebros dos participantes
foram analisadas. As imagens mediam a atividade das diferentes
áreas do cérebro com base no fluxo sangüíneo
enquanto eles observavam uma centena de imagens.
As imagens utilizadas foram, inicialmente, neutras, de um
ponto de vista emocional, mas gradualmente tornaram-se desagradáveis.
"Havíamos previsto um aumento potencial das reações
emocionais do cérebro (nas pessoas privadas de sono),
mas a magnitude do aumento nos surpreendeu", comentou
Walker.
Os centros emocionais do cérebro tiveram cerca de
60% mais reações no grupo privado de sono que
nos participantes que tinham dormido normalmente.
"É quase como se, com a falta de sono, o cérebro
ficasse com uma atividade mais primitiva, com menos capacidade
de colocar as experiências emocionais dentro de um contexto
e de produzir respostas apropriadas", acrescentou o pesquisador.
Da Efe
Em Washington
Publicado no Portal UOL.
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