Vinte e sete meses de aula ao custo de 160 reais mensais.
Estes são o tempo e o valor investidos por cerca de
37 mil alunos que cursaram – ou ainda estão cursando
– o Programa de Capacitação para Docência
dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e da Educação
Infantil, no Paraná. Todos correm o risco de ficar
sem o diploma. Pareceres do Conselho Estadual de Educação
do Paraná (CEE-PR) e do Conselho Nacional de Educação
(CNE) vetaram a emissão dos documentos por terem detectado
irregularidades no curso.
O programa existe desde 2003 e, apesar de ter duração
reduzida e de ser feito em regime semipresencial, equivale
a uma graduação em nível superior regular.
Segundo o Conselho Estadual, o curso não atendeu a
uma exigência da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) para
essa modalidade de ensino, que restringe a oferta de vagas
a “professores em exercício”.
Ainda de acordo com o Conselho, dos 37 mil estudantes, 27
mil eram estagiários, voluntários em docência
ou pessoas que não desfrutavam de nenhuma dessas condições
e nunca haviam exercido qualquer função em uma
sala de aula, no ato da matrícula. Por isso, não
poderiam receber o diploma.
No entanto, mesmo os 10 mil restantes que comprovaram real
vínculo de docência não receberam o diploma
até agora. Isso acontece porque as universidades públicas
que emitiriam os documentos se negaram a fazê-lo.
Para agravar a situação, prefeituras e a Secretaria
Estadual de Educação passaram a pressionar os
professores da rede que cursaram o programa a apresentar o
diploma, sob pena de exoneração. Estudantes
nessas condições apresentaram denúncia
ao Procon do Paraná, que, por sua vez, fez uma consulta
ao Conselho Nacional de Educação. Uma série
de instituições tem questionado a validade do
programa.
Mais informações:
http://revistaescola.abril.com.br/online/reportagem/repsemanal_261122.shtml
Revista Nova Escola
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