Nem
bem se recuperou do desgaste político provocado pela
Máfia do Sangue, o ministro da Saúde, Humberto
Costa, está às voltas com novas dificuldades
operacionais. Esta semana, o ministério será
obrigado a fazer uma compra emergencial de dez milhões
de preservativos para evitar desabastecimento. Terá
ainda que comprar às pressas um lote de Abacavir, um
dos itens obrigatórios do coquetel anti-Aids.
O estoque do produto, essencial no tratamento de portadores
do vírus, está em níveis críticos
em São Paulo. O risco de desabastecimento de produtos
distribuídos pelo Departamento de Doenças Sexualmente
Transmissíveis e Aids, responsável por um dos
programas anti-Aids mais bem sucedidos do mundo, foi denunciado
por técnicos do ministério há dois meses.
"Estamos chegando a um nível crítico no
estoque de Abacavir no armazém central em São
Paulo, mas não há problema nos postos e hospitais",
disse o secretário nacional de Vigilância em
Saúde, Jarbas Barbosa.
O quadro de incerteza é acentuado ainda com a anunciada
exoneração do diretor do DST-Aids, Alexandre
Granjeiro. Ele será substituído amanhã
por Pedro Chequer, que já fora diretor do programa
no governo Fernando Henrique Cardoso. Embora Granjeiro e Chequer
tenham afinidade administrativa, a mudança deixou os
servidores receosos sobre o futuro.
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