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Programa
de sucesso, que baixou índices de violência e
depredação, terá só metade da
verba neste governo
O Programa Escola da Família,
que abre as escolas públicas nos fins de semana para
a comunidade, com o trabalho de universitários bolsistas,
foi reduzido pela metade, de acordo com anúncio feito
ontem à rede pela secretária Estadual da Educação,
Maria Lúcia Vasconcelos. O corte, justificado por um
levantamento que mostrou que a freqüência era muito
baixa em algumas unidades e que, em outras, já havia
na região ofertas gratuitas de lazer, foi uma das primeiras
medidas anunciadas pelo governo José Serra (PSDB) na
área da Educação.
“O projeto estava superdimensionado
e em algumas regiões a população não
havia se apropriado do espaço”, afirmou a secretária.
“Levamos em conta a freqüência, a vulnerabilidade
social e a localização geográfica para
determinar a redução. Não se trata de
invalidar o projeto, que tem sua importância e trouxe
bons resultados em alguns locais, mas racionalizar recursos
públicos”, complementou.
Ela se refere a pesquisas divulgadas
pela própria secretaria e pelo Instituto Ayrton Senna,
um dos parceiros do projeto, que mostraram redução
de 26% nas chamadas ocorrências disciplinares - como
xingar o professor ou provocar brigas com colegas -, e queda
de 20% no número de delitos como roubo, pichação,
incêndio criminoso ou explosão de bombas.
Devido ao sucesso, o programa, implementado
em agosto de 2003, foi divulgado como uma iniciativa de sucesso
durante toda a gestão do governador Geraldo Alckmin
(PSDB).
Metade da Verba
Com o corte, o orçamento para o programa previsto
para este ano, de R$ 216 milhões, cairá 50%.
A verba que foi economizada será aplicada em outra
ação da secretaria (leia texto ao lado).
Das 5.216 escolas que existem na rede
em todo o Estado,o projeto continuará em 2.334. Na
capital, a redução foi de 1.035 escolas para
401 - a região centro-oeste, onde se concentram bairros
de classe média e alta, foi a que sofreu a maior redução.
“Em alguns bairros, a maior
parte dos alunos é de filhos de pessoas que trabalham
na região e deixam a criança na escola durante
o dia. No fim de semana, ela fica em seu bairro e a escola,
vazia”, diz Luiz Candido Rodrigues Maia, coordenador
de ensino e um dos responsáveis pela implementação
do Escola da Família desde o início, em agosto
de 2003.
No entanto, de acordo com a secretaria,
os 27,5 mil estudantes bolsistas continuarão no projeto
e serão remanejados para outras escolas. Isso porque
eles dependem da verba do Escola da Família para continuar
seus estudos.
O programa paga 50% da mensalidade,
num limite máximo de R$ 267 por mês, e o restante
é financiado pela própria faculdade. Em troca,
o aluno contemplado com a bolsa deve trabalhar 16 horas durante
os fins de semana em escolas do ensino médio e fundamental.
Simone Iwasso
As informações são do jornal O Estado
de S.Paulo.
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