Heitor
Augusto
Cinco escolas de samba da zona norte criaram uma aliança
para gerar renda no período em que elas não
estão na passarela do Anhembi. O objetivo é
manter a atividade econômica 12 meses ao ano, expandindo
o potencial turístico do samba e aproveitando o que
já é produzido nos preparativos para os desfiles.
Mocidade Alegre, Unidos de Vila Maria,
Rosas de Ouro, Unidos do Peruche e X-9 Paulistana se uniram
em torno do G5. Elas desenvolvem produtos culturais ligados
ao samba, todos voltados para o turista.
O principal é o Caia na Folia.
Por um preço de R$ 30, o turista fecha um pacote de
serviços que inclui recepção de um guia
do próprio G5, que acompanha do hotel à quadra
de uma das cinco escolas. Lá, terá um espaço
reservado ao turista (camarote ou mezanino). Mas, se ele preferir
cair na folia dos ensaios junto com os outros componentes,
pode ficar à vontade. O guia sempre o acompanhará
para apresentar a escola, contar a história e fazer
a integração com a comunidade.
“Os guias foram formados em
capacitações dadas em parceria com o Sebrae
e Senac”, conta Carina Patrícia, gestora do projeto.
Cada escola teve de formar um grupo com cinco a dez guias.
O serviço funciona de outubro a novembro, período
em que o samba-enredo já foi escolhido e as escolas
estão em intensos ensaios.
Pós-graduação
para japoneses
Um dos projetos desenvolvidos pelo grupo de cinco escolas
é uma espécie de “pós-graduação”
no samba, na definição da gestora Camila Patrícia.
Trata-se de um curso de 8 a 16 horas para turistas japoneses,
devido às comemorações de 100 anos da
imigração dos orientais ao Brasil.
A primeira etapa é uma capacitação
em escola de samba, explicando a história das agremiações
paulistanas, como elas se organizam e o tipo de ritmo do samba-enredo.
Os turistas mais aptos com o balanço do samba fazem
um pequeno desfile, mostrando o que aprenderam. Por fim, vão
até a escola e interagem com os membros.
“Estamos discutindo ampliar
esse projeto, fechando parcerias com as câmaras de comércio
Brasil-Itália, França e Argentina”, explica
Camila. “O foco, porém, seria um pouco diferente,
mais focado na recepção dos associados das câmaras”,
complementa.
Shows fora da avenida
Há mais dois projetos desenvolvidos pelo G5. Um deles
é o Carnashow, uma espécie de “desfile
vip”. Uma empresa contrata a apresentação,
composta por membros das cinco escolas. Outra iniciativa é
o Ajude a Escolher o Nosso Samba, voltado para o público
que busca maior engajamento nas escolas. A definição
do samba-enredo, que acontece de julho a outubro, funciona
como atividade integradora do turista.
“Queremos mostrar que
as escolas de samba existem não só nos dias
do desfile, mas 12 meses ao ano. Elas podem gerar renda nos
outros meses”, avalia Camila Patrícia, gestora
dos projetos.
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