O prefeito
de São Paulo, José Serra (PSDB), pediu a técnicos das secretarias
do Transporte e do Planejamento uma análise sobre propostas
de eliminação de parte do elevado Costa e Silva, o Minhocão.
O viaduto, que tem cerca de 3,4 km de extensão, vai do centro
à Água Branca e faz parte da ligação entre as zonas leste
e oeste.
Inaugurado em 1971 pelo então prefeito Paulo Maluf, o Minhocão
é freqüentemente criticado por urbanistas pela degradação
que gerou no entorno. O barulho dos carros, entre outros problemas,
levou à desvalorização imobiliária ao longo da avenida São
João.
Uma análise para sua destruição também ocorreu na gestão Marta
Suplicy (PT), que previa o desmonte do viaduto, feito de vigas
pré-fabricadas, e a criação de uma passagem "em trincheira"
-via que, embora seja subterrânea, é diferente de um túnel
por não ser coberta. Esse tipo de construção existe na avenida
Paulista, quando os veículos que seguem para a av. Dr. Arnaldo
passam pela "trincheira", enquanto os demais circulam na parte
de cima.
A passagem existiria para não comprometer a locomoção no sentido
leste-oeste. "Trata-se de uma ligação muito importante para
a cidade. Uma via expressa nesse sentido é fundamental", diz
o urbanista Jorge Wilheim, secretário de Planejamento de Marta.
O estudo ainda previa o uso das vigas pré-fabricadas na construção
de pontes em outras regiões. Segundo Wilheim, não houve avanço
por questões financeiras.
"Vontade tínhamos, porque o Minhocão é muito feio e prejudicou
uma série de prédios. Mas desistimos porque, aparentemente,
seria um investimento muito grande e, dentro das nossas prioridades,
não era a primeira.
" Uma alternativa para diminuir o impacto do elevado no entorno,
diz Wilheim, seria instalar "biombos" nas laterais do Minhocão
para minimizar o volume do ruído.
Em 1990, a então prefeita Luiza Erundina (1989-1992) proibiu
o trânsito no local aos domingos e feriados e restringiu o
funcionamento durante a semana -fechado em grande parte da
noite. Com a medida, o elevado passou a ser utilizado como
um equipamento de lazer pelos moradores da região.
AMARÍLIS LAGE
da Folha de S.Paulo
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