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Impulsionado
pelo setor de serviços, Estado registra 682 mil contratações
com carteira até setembro, novo recorde
Emprego na indústria também
aponta recuperação; Caged mostra que 59,5% das
vagas foram criadas fora da região metropolitana
A contratação de trabalhadores
com carteira assinada no Estado de São Paulo atingiu
em 2007 o pico dos últimos 15 anos. Entre janeiro e
setembro, o mercado de trabalho paulista gerou 682.049 empregos
formais - recorde para o Estado no período e o equivalente
a 42% do total de postos criados em todo o país neste
ano.
Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados)
obtidos pela Folha mostram que foi o setor de serviços
que impulsionou as contratações. As empresas
do setor criaram 208.583 postos no Estado. "São
os preparativos para o final do ano. Os hotéis e os
restaurantes já começaram a contratar para as
festas", afirma o ministro Carlos Lupi (Trabalho).
O Caged não é uma pesquisa, mas um cadastro
que registra todos os movimentos de contratação
e demissão feitos pelas empresas no setor formal. O
monitoramento é feito pelo Ministério do Trabalho
desde 1992, quando teve início a série histórica.
Além do setor de serviços, a indústria
paulista contribuiu de maneira expressiva para a geração
de vagas formais, com 203.710 postos. O emprego industrial,
no entanto, cresceu mais que o localizado no setor de serviços.
No ano passado, entre janeiro e setembro, as empresas de serviços
contrataram mais que neste ano. A diferença foi superior
a 15 mil postos. Já no caso da indústria, o
número deste ano supera em mais de 50 mil vagas o saldo
registrado em 2006.
Agropecuária
A agropecuária foi responsável pela geração
de outros 106.932 empregos com registro em carteira em São
Paulo. Na seqüência, vêm o comércio
(83.707 vagas) e a construção civil (56.495
empregos). "O Estado é campeão na geração
de postos, mas o fundamental é que esse crescimento
é constante em todos os setores", avalia o ministro.
"O Estado tem uma economia maior e sempre vai puxar o
emprego", pondera a economista da consultoria Tendências
Cláudia Oshiro. "Mas essa forte contratação
ocorre principalmente no primeiro semestre. O final do ano
é sempre caracterizado pelos contratos temporários
e pelas demissões. As empresas têm cautela em
contratar no final do ano por causa dos benefícios
que têm de pagar nesse período", avalia
a especialista, referindo-se ao 13º salário.
O ministro destaca, porém, que os dados de setembro
revelam que cerca de 30% do emprego formal gerado no Brasil
no mês está concentrado em São Paulo.
Foram 77.418 novos postos, o maior resultado da série
histórica do Caged para o mês no Estado.
"Ao final do primeiro semestre, já estávamos
prevendo que São Paulo baterá recorde de emprego
formal no ano por conta da indústria de açúcar
e álcool", diz Fábio Romão, economista
da LCA Consultoria. Segundo ele, os dois segmentos têm
forte peso no Estado e despontam na lista dos mais dinâmicos
em termos nacionais.
A LCA estima, no entanto, que São Paulo fechará
o ano com geração de 579 mil postos formais.
Isso significa que os próximos meses serão de
retração no mercado formal.
Interiorização
Os números do emprego formal também reforçam
tendência verificada nos últimos anos, que é
a migração do emprego com carteira assinada
para o interior. Dos 682 mil postos gerados no Estado em 2007,
406 mil (59,5%) foram registrados fora da região metropolitana
de São Paulo. Em setembro, no entanto, mais da metade
das novas vagas (44.681 postos) ficou na região metropolitana.
Entre os municípios com mais de 30 mil habitantes,
os que mais se destacaram foram São Paulo (29.611 vagas),
Guarulhos (2.573 empregos), Jundiaí (2.508 postos)
e Campinas (2.351 postos).
Julianna Sofia
Folha de S.Paulo.
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