A avenida
Sumaré, na zona oeste, se transformou ontem em uma
"sala de estar" de 2,5 km. Cerca de 60 mil pessoas,
de acordo com a organização, aproveitaram para
caminhar, correr, andar de bicicleta e principalmente conversar,
no trecho interditado, das 9h às 14h, entre a avenida
Henrique Schaumann e a praça Irmãos Karmann,
sentido Pinheiros-Limão.
"Vizinhos em São Paulo só se encontram
em elevador", brincou a bancária Márcia
Calou, 37, que estava acompanhada do marido José Luis
Calou, 47. "É bom ver os vizinhos aqui",
completou, se referindo a Wanderlei Galves, 46, e Juraci Galves,
47.
A expectativa inicial da prefeitura era de que 700 pessoas
fossem ao local -o dobro em relação a um domingo
normal. Os 60 mil presentes superaram até o Domingo
na Paulista de ontem, que contou com 35 mil.
O uso permanente da Sumaré como área de recreação
aos domingos ainda não está garantido. "Só
poderemos afirmar com certeza quando terminar a fase experimental",
afirmou o secretário de Esportes, Lazer e Recreação,
Júlio Filgueira. Segundo ele, será levada em
conta uma pesquisa com moradores.
A reclamação mais freqüente entre os presentes
foi a ausência de locais para tomar água -vendedores
ambulantes foram proibidos de atuar e não houve distribuição
gratuita. "As famílias vêm passear e não
têm onde comprar um copo d'água. Só faltou
isso, a iniciativa é boa", disse a comerciante
Ana Maria Costa Monteiro, 48. O secretário Filgueira
disse que irá pedir à Sabesp (Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo) postos para distribuição
de água no próximo domingo.
Dois candidatos a vereador -Nádia Campeão (PC
do B) e Roberto Tripoli (PSDB)- aproveitaram para mandar cabos
eleitorais para fazer campanha na Sumaré. O primeiro
enviou 15, e o segundo, 30.
FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S.Paulo
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