A Associação de Moradores do Alto da Bela Vista perdeu, ontem, na Justiça, o direito de transformar um terreno da região em um parque de utilidade pública.
A área verde de 10 mil metros quadrados dará espaço a quatro edifícios de 28 andares cada.
O terreno era chamado, antigamente, de Parque do Palácio do Bispo. O espaço pertencia a Arquidiocese de São Paulo, mas foi vendido para uma corporação que queria construir, a princípio, um shopping e, depois, um centro comercial. Os moradores não deixaram, pois o local possuía 400 árvores das mais variadas espécies.
A região do Alto da Bela Vista possui escassa vegetação. Suas ruas são cercadas de prédios e o terreno perdido na Justiça era considerado o pulmão do bairro pelos moradores.
Segundo denúncias da associação, mesmo antes da resposta judicial, as árvores já estavam sendo derrubadas. Elas eram queimadas por dentro, apodreciam e acabavam caindo. Hoje, das 400 árvores existentes há alguns meses restaram, apenas, 175.
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente alega não poder impedir a obra porque a área é particular. No entanto, o secretário Adriano Diogo (PT) disse que a empresa assinou um termo de compensação ambiental e terá de plantar 1.746 árvores para ressarcir o prejuízo. Membros da associação de moradores participaram da reunião em que o compromisso foi selado e se prontificaram a ajudar a prefeitura na fiscalização do cumprimento do trato.
Por mais que todas as árvores sejam repostas, elas serão plantadas, provavelmente, em outros bairros, e não no Alto da Bela Vista. Dessa forma, para essa comunidade que teve o verde arrancado de frente de suas casas não fará diferença. A perda não será reparada.
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