A
gestão José Serra (PSDB) anunciou ontem um conjunto
de medidas para a favela Paraisópolis, favela localizada
entre as zonas sul e oeste de São Paulo. O pacote inclui
ações nas áreas de segurança,
saúde, educação, cultura, esportes e
assistência social.
Estão entre os pontos a iluminação
pública de áreas vulneráveis na favela,
a construção de uma base da PM, uma unidade
básica de saúde e uma creche, além de
programas de geração de renda e qualificação
profissional.
O programa Virada Social foi anunciado
18 dias depois de moradores enfrentarem a Polícia Militar
por ao menos cinco horas, fazendo barricadas e ferindo três
policiais a tiros.
O confronto foi considerado uma reação
de moradores a uma ação da PM no dia 1º
que terminou com a morte de um suspeito e a prisão
de outro.
Verba e prazo
O governo não divulgou quanto
será gasto com os projetos, alegando que cada secretaria
empenhará uma verba específica para a região.
Também não forneceu
um prazo final para a implementação das medidas,
afirmando apenas que elas devem durar entre três e quatro
anos e deixar benefícios permanentes para a favela.
Ao todo foram apresentadas 69 de um
total de 80 ações que devem ser implementadas.
Segundo o secretário de assistência
social, Rogério Amato, a ação não
acontece apenas como resultado do confronto, pois Paraisópolis
já era estudada como uma possível candidata
para receber o Virada Social. Segundo ele, como a região
foi ocupada por tropas no início do mês, o governo
aproveitou para iniciar o programa. 'Foi uma infeliz oportunidade',
disse.
"Se isso sair do papel, vai ser
muito bom. Aqui faltam muitos lugares de lazer para as crianças
e para os jovens, que por não ter o que fazer vão
para a vida 'mais fácil'", disse a moradora Diana
Nunes Ribeiro.
Segundo o padre Luciano Borges Basílio,
líder comunitário, as mudanças serão
boas se forem permanentes. "Principalmente a criação
de um conselho de direitos humanos, que foi prometida",
disse.
Virada Social
O programa Virada Social já
havia sido implantado no Jardim Elisa Maria, na zona norte,
e no Jardim Rio Claro, em São Mateus, na zona leste.
Segundo a Secretaria da Segurança
Pública, no Jardim Elisa Maria o número de homicídios
caiu de 30 para 11 em um período de 12 meses e os índices
de criminalidade caíram em média 30%.
Luis Kawaguti
Folha de S. Paulo
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