da
Redação
A cidade está para ganhar um novo e curioso espaço de mídia:
a margem do Rio Tietê. O governo estadual está preparando
um projeto que visa arrendar o espaço para empresários, liberando
sua utilização para alocação de outdoors. Já há empresas interessadas
na idéia. O objetivo da proposta é custear os cerca de 40
milhões anuais gastos com a manutenção do local, que passou
recentemente por um processo de rebaixamento de sua calha,
evitando as enchentes no local.
Impasse nas obras de despoluição
do Rio Pinheiros continua
da Redação
Há um mês o governo do estado anunciou publicamente que
daria continuidade aos trabalhos da central de despoluição
do Rio Pinheiros com a liberação da verba de 12 milhões de
reais necessárias ao seu andamento. Desde então nenhuma atitude
do poder público foi vista. Os responsáveis pela obra se comprometeram
ontem, no entanto, com o Mais São Paulo,
que se a Petrobrás não liberar a verba até terça-feira, o
governo estadual irá custeá-la.
Histórico do impasse
Desde a gestão do ex-governador do estado, Mário
Covas, 80 milhões de reais foram despendidos pelo estado e
pela estatal Petrobrás – parceira no projeto - na construção
de uma central de despoluição do Rio Pinheiros e afluentes.
As águas, tratadas pelo método de flotação (remoção de resíduos
sólidos em suspensão), seriam lançadas na Represa Billings,
contribuindo também para a geração de energia elétrica através
da Usina Henry Borden. Por um embargo do Ministério Público,
no entanto, a central nunca foi colocada em uso e já apresenta
sinais de deterioração.
Quando a central estava preste a iniciar seu projeto piloto,
de 10 m³ de água por segundo - já com autorização da Secretaria
Estadual do Meio-Ambiente -, o Ministério Público entrou com
uma ação pedindo a suspensão dos testes. O projeto original
previa uma estrutura capaz de flotar 50 m³ por segundo. A
argumentação, validada inclusive por entidades do terceiro
setor, é de que o método escolhido não funcionaria para a
despoluição e de que haveria impactos negativos para o meio-ambiente.
Uma saga judicial então foi iniciada. O Ministério Público
ganhou a ação.
Avançando nas negociações, em 2004 foi firmado um acordo
prevendo a produção de um EIA-RIMA (um extenso relatório a
respeito do impacto ambiental, prática comum em grandes empreitadas
como esta) que, embasado cientificamente, daria argumentação
suficiente para a continuidade dos testes na central piloto.
Esse documento é orçado em 12 milhões de reais, dinheiro este
que até a tarde de ontem nenhuma entidade estava disposta
a despender.
João Francisco Soares, engenheiro civil especialista em hidráulica
e saneamento, integrante do Instituto de Engenharia - que
trabalhou nas obras do Rio Pinheiros - e membro do Conselho
Estadual de Saneamento, avalia o impasse como uma “disputa
técnica, política e institucional”. Soares diz que embora
não se tenha total certeza de que o método de flotação dê
certo, a única forma de saber isso é fazer o projeto piloto
funcionar. “Aprendi na minha primeira aula de engenharia que
a melhor forma de testar algo é pôr em pratica”.
O engenheiro argumenta ainda que, embora o Rio Pinheiros
tenha suas especificidades, locais como o Piscinão de Ramos,
no Rio de Janeiro, a prática já é comum. E que, além de iniciativas
como esta, pequenos testes no próprio Rio Pinheiros já foram
realizados, como o Projeto Pomar I e II. Com a água advinda
da flotação de 100 litros por segundo, canteiros à margem
do rio foram recuperados e peixes estão sendo criados com
a água tratada.
AVALIAÇÃO ENVIADA DO ENGENHEIRO LEON JO SAYEG
REFERENTE AOS CUSTOS DO EIA-RIMA DAS ESTAÇÕES DE FLOTAÇÃO
DO RIO PINHEIROS, ENVIADA AO MAIS SÃO PAULO
Na qualidade de Engenheiro Civil especializado em meio-ambiente,
autor de mais de 12 EIA-RIMAs elaborados com equipe multi-disciplinar
e com 6 EIA-RIMAs aprovados pelo CONSEMA ( Conselho Estadual
de Meio Ambiente ), informo ser impossível que os custos do
EIA-RIMA das estações de flotação do Rio Pinheiros e afluentes
ultrapassem a R$ 3 milhões ( três milhões de reais ) .
Quem estimou os custos em 12 milhões está totalmente fora
de mercado e distante de custos reais e objetivos.
O valor publicado em vossa reportagem é absurdo e fora de
base real.
Nossa equipe, com especialistas de renome, doutorados em
universidades estrangeiras e nas melhores do Brasil, possui
condições técnico-econômicas de elaborar e viabilizar esses
trabalhos, incluídos todos os testes e ensaios tecnológicos,
de laboratórios e tudo o do mais alto nível de engenharia
hidráulica , sanitária e química.
Quero que a comunidade fique ciente de que com 75 % a menos
dos recursos inicialmente previstos, pode-se fazer um excelente
trabalho.
Engº Leon Jo Sayeg - leon@espacoempresarial.com.br
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