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Obra
deve ficar pronta em março de 2010; ideia é
ter polo cultural na região
Custo previsto é de até
R$ 52 milhões; além da área do acervo,
o conjunto irá contar com restaurante, livraria e lanchonete
A antiga Casa das Retortas, prédio tombado de arquitetura
industrial do final do século 19, localizado na rua
do Gasômetro, no Brás (região central
de São Paulo), será transformado no Museu de
História do Estado de São Paulo.
A iniciativa faz parte de um projeto do governo do Estado
de transformar a região em um polo cultural. A poucos
metros dali, no antigo Palácio das Indústrias,
prédio que já serviu de sede para a prefeitura
paulistana e que hoje está totalmente abandonado, um
outro museu será inaugurado em março -o Espaço
Catavento, que terá aparelhos interativos voltados
ao conhecimento científico.
Um decreto do governador José Serra (PSDB), publicado
ontem no "Diário Oficial" do Estado, fez
com que a área da Casa das Retortas, até então
pertencente à Emurb (Empresa Municipal de Urbanização),
passasse para a administração estadual, que
se responsabilizará pela criação do museu.
Até o final de 2008, a área era candidata a
abrigar o Museu da Televisão Brasileira, que, por ora,
está sem endereço definido.
A previsão é que o museu fique pronto até
março do próximo ano, a um custo de até
R$ 52 milhões. O terreno, de 19.865 m2, terá
ainda um centro de pesquisa histórica, com documentos
dos governos paulistas anteriores disponíveis para
consulta pública. Livraria, restaurante e lanchonete
também devem integrar o conjunto.
"[O acervo] ainda está sendo desenvolvido. Irá
contar a história do Estado, econômica, social,
sua demografia, enfim, o que nós somos", afirmou
Ronaldo Bianchi, secretário-adjunto de Cultura.
A elaboração do acervo e a curadoria do museu
ficarão a cargo do escritor e jornalista Roberto Pompeu
de Toledo. O projeto terá ainda a participação
do também escritor e jornalista Jorge Caldeira. Já
o projeto de restauração do edifício
ficará sob responsabilidade do arquiteto Paulo Bastos,
que já foi presidente do Condephaat, órgão
estadual de preservação do patrimônio.
A Casa das Retortas foi construída para abrigar a segunda
usina de gás de carvão da cidade, combustível
que era usado para a iluminação pública
antes que as ruas de São Paulo contassem com luz elétrica.
Essa função acabou rendendo o nome ao edifício
-retorta é o recipiente que recebe o carvão
para produzir o gás.
Revitalização
Enquanto governo do Estado e prefeitura se empenham em criar
projetos de revitalização para a área
do parque Dom Pedro 2º, a região continua ocupada
por moradores de rua e com lixo acumulado.
O local abriga os edifícios São Vito e Mercúrio,
hoje totalmente deteriorados. O São Vito, que tem os
vidros quebrados e todo seu exterior pichado, está
fechado. Já seu vizinho Mercúrio ainda está
em processo de desocupação -ontem a reportagem
presenciou moradores entrando no prédio. Ambos devem
ser demolidos para a construção de uma praça,
mas a proximidade do Mercado Municipal, que tem vitrais tombados,
dificulta essa operação.
No trecho da avenida do Estado onde estão os dois prédios
estão sendo construídos dois pontilhões
que ligarão as margens do rio Tamanduateí.
De acordo com a prefeitura, devem ficar prontos em abril.
O intuito da obra é criar uma alternativa de tráfego
para que seja possível demolir o viaduto Diário
Popular.
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