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14/03/2008
Carta da semana
Miopia Pedagógica (A estrela fazendo água)
“O melhor governador para a educação de
São Paulo foi Franco Montoro. Seu grande mérito
foi construir um plano de carreira que permitia ao professor
chegar a seu topo sem ter que sair da sala de aula, impossível
nos dias de hoje. No site da Secretaria da Educação
a diferença salarial entre um professor e um coordenador
é utilizada como chamariz para a participação
do professorado no concurso. Deu certo! 40 mil professores
compareceram. Podemos então deduzir, já que
a inscrição tinha restrições,
que um número muito maior de professores tem por objetivo
sair da sala de aula. Qual projeto pedagógico sobrevive
a isso?
A Questão do Mérito
O professor Elom Lages de Lima, da Sociedade Brasileira de
Matemática, em entrevista concedida ao jornal do Brasil
(parte desta republicada na revista do professor de matemática),
quando indagado sobre qual tipo de medida tomaria para melhorar
o ensino de matemática respondeu da seguinte forma:
"Remuneraria um professor segundo sua nota tirada em
concurso público". O professor estabeleceu uma
relação direta: melhor nota = melhor salário.
Sua sugestão estimularia o professor a estudar.
Aqui em São Paulo a nota do professor não é
utilizada, nem direta nem indiretamente, para compor seu perfil.
Atribuir responsabilidades ao coletivo (equipe, grupo) é
uma bela forma de não responsabilizar ninguém.
Em tempo; ao aposentar-me tive cassado 40% de meu salário.
Como, durante minha carreira, adquiri 6 certificados de aprovação
em concurso público, sem nunca ter tirado uma licença
saúde, gostaria de saber que idéia de mérito
foi utilizada nesta cassação. Talvez a consiga
no programa de respeito ao idoso, que o governo desenvolve
atualmente nas escolas públicas.”
Redher de Oliveira , professor aposentado
- redher@zipmail.com.br
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