Maximilien
Calligaris
A tecnologia de informação e comunicação
parece ser o instrumento ideal para criar ou aprimorar os
sistemas educacionais dos paises em desenvolvimento. A educação
online é de fácil acesso e com uma excelente
relação de custo-benefício.
Num futuro não muito distante, a internet sem fio
via satélite permitirá um acesso universal de
qualquer lugar. Quando isso acontecer, deveria, enfim, recuar
e mesmo sumir a divisão digital entre países
(que é a fratura entre os países cujos cidadãos
têm o acesso à internet e a capacidade de usá-la
e, do outro lado, os países em que faltam ambas ou
uma dessas condições).
No continente africano, a educação online é
cada vez mais difundida no ensino primário, secundário
e superior. Prevê-se que, a partir de 2012, estará
conectada à internet a maioria dos hospitais, das bibliotecas,
das escolas e das universidades. O mesmo vale para a maioria
dos professores e dos estudantes.
A African Virtual University (Universidade Virtual Africana)
é uma universidade sem campus real. Fica conectada
a uma ampla rede de universidades de ponta norte-americanas
e européias, assim como a outras instituições
educativas em países francófonos, anglófonos
e de língua lusitana. Nascida de um projeto do Banco
Mundial em 1997, ela é hoje uma organização
intergovernamental, com sede em Nairobi (Quênia). A
AVU foi criada e organizada para melhorar a educação
superior através da tecnologia informática.
Além de administrar cursos online de jornalismo, administração,
ciência e línguas, a AVU propõe um ambiente
acadêmico virtual com uma biblioteca digital online
de mais de mil periódicos e com a difusão online
de numerosos seminários. Ela opera em 17 países
subsaarianos e mais de 24 mil estudantes já seguiram
seus cursos.
Reuniu-se pela primeira vez na Etiópia, em 2006, o
E-learning Africa (África educação online),
que é hoje o maior evento Pan-africano sobre a tecnologia
de comunicação e o desenvolvimento sustentável.
Em 2007, o evento aconteceu no Quênia, com 1403 participantes
de 88 países.
Os conferencistas eram acadêmicos e representantes
de governos e de organizações não governamentais,
assim como da Unesco. Participaram do evento também
executivos de grandes companhias multinacionais. A educação
online é um mercado lucrativo e promissor, com uma
grande diversidade de produtos e serviços.
Segundo um relatório recente publicado por Global
Industry Analysts (analistas da indústria global),
o mercado mundial da educação online deverá
chegar ao seu ápice em 2010 e, nessa data, aposta-se
que ele ultrapassará os US$ 52.6 bilhões. Hoje,
os EUA sozinhos representam 60% do mercado mundial (perto
de US$18 bilhões). A Europa é o segundo mercado
com pouco menos de 15%. O mercado asiático deve crescer
de 25% a 30% anualmente, até 2010. O relatório,
que apresenta 298 companhias no mercado da educação
online (para começar, Microsoft, Adobe Systems, Hewlett-Packard,
Intel etc.), é vendido online por pouco menos de US$
4 mil (R$ 7.200). |