Todo mundo está acostumado ao barulho de madrugada,
alegam
Um dos possíveis efeitos colaterais da restrição
de caminhões (na região central da cidade de
São Paulo) poderá ser o barulho na madrugada
de descarga de mercadorias. Mas, por enquanto, as associações
de bairros ainda não enfrentam o problema. Mais do
que isso: de tão estressados com a lentidão
nos principais corredores de tráfego, os representantes
das entidades torcem para que a medida dê certo.
"Estamos dentro da área de restrição
e não recebemos nenhuma reclamação de
quem se sinta prejudicado pelo barulho. O que deu para sentir
até agora é que o trânsito melhorou muito",
afirma a presidente da Associação dos Amigos
do Jardim das Bandeiras e diretora do Movimento Defenda São
Paulo, Lucila Lacreta. "Os carros já colaboram
há muitos anos com o trânsito, por meio do rodízio.
Agora é a vez dos caminhões. Queremos que a
restrição dê certo."
O diretor financeiro da Sociedade dos Amigos e Moradores
de Cerqueira César (Samorc), Waltemir Munhoz, diz que
a entidade ainda está avaliando os impactos na vizinhança,
mas também não recebeu nenhuma reclamação
de barulho. "Já dá para sentir melhora
no trânsito e, por essa razão, precisamos avaliar
os dois lados."
Na região da Lapa, onde vários bairros estão
dentro da área de restrição, o Conselho
das Sociedades da Região não recebeu queixas.
"O importante é que o trânsito está
fluindo melhor. Quanto ao barulho na madrugada, todo mundo
já está acostumado, seja pelo excesso de carros,
seja pelas pessoas que buzinam", observa o presidente
José Benedete Morelli.
Heitor Marzagão Tommasini, diretor executivo do Movimento
Defenda São Paulo, ainda não se reuniu com as
80 entidades de moradores para discutir o assunto. Mas ressalta
que nenhuma entidade se posicionou de forma contrária
ou reclamou do barulho. "Não sei se deu tempo
de as pessoas fazerem uma avaliação, mas, se
não tiver impacto negativo, a tendência é
de apoiar a restrição."
Marici Capitelli
O Estado de S.Paulo
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