Heitor
Augusto
Apesar de a palavra “paraisópolis” significar
“terra do paraíso”, os índices educacionais
da região estão longe de serem paradisíacos.
Apenas 0,45% dos jovens entre 18 e 24 anos de Paraisópolis,
extremo sul da cidade, freqüenta o ensino superior. O
resultado é ainda pior se comparado com os dados de
1991, quando 1,19% estavam na universidade.
A presença dos jovens de Paraisópolis no ensino
superior é ínfima em comparação
a de outras regiões de São Paulo. Em Moema,
zona sul, esse índice chega a 51,51%. No Sumaré,
zona oeste, 55,55%. Na região da Bela Vista/Paulista,
47,50%. A média da cidade é 13,31% dos jovens
na universidade (veja gráfico).
Os índices são resultados de cruzamentos feitos
pela reportagem do Site Gilberto Dimenstein –
Jornalismo Comunitário. Os números
foram retirados do Atlas Municipal do Trabalho e Desenvolvimento
de São Paulo, que dividiu a cidade em 454 microrregiões,
chamadas de Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs). O ano
base é 2000.
Apenas 20% no ensino médio
Se o ensino superior não é realidade para os
jovens de Paraisópolis, o ensino médio também
não alcançou a totalidade do bairro. Pelo contrário:
pouco mais de um quinto freqüenta o ensino médio.
Em Moema, o número é 64% maior que em Paraisópolis.
Em relação aos adultos, o nível de escolaridade
aumentou. Porém, está longe do ideal. A média
de estudo das pessoas de 25 anos ou mais, na região
de Paraisópolis, é de 4,21 anos – o equivalente
de ter estudo da 1ª à 4ª série.
Escolaridade reflete baixa renda
Os baixos índices de escolaridade refletem a baixa
renda da região. O desemprego atinge 25,42% dos jovens.
A faixa de rendimento entre 2 a 5 salários mínimos
(R$ 760 a R$ 2.900) predomina na região. 37,79% dos
trabalhadores estão no mercado informal.
O mesmo abismo educacional entre Paraisópolis e Moema
também pode ser observado em relação
à renda. Enquanto no primeiro a renda média
do trabalhador é de R$ 367,76, em Moema o valor chega
a R$ 4.596, 11, o que significa mais de 800% de diferença.
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