João
Batista Jr.
O Teatro Fábrica corre o risco
de baixar suas portas. Localizado em um grande galpão
na rua da Consolação, o teatro que abriu em
fevereiro de 2004 pode não fechar as contas neste ano.
“O teatro não se sustenta, apenas damos conta
de parte das despesas. Sempre dependemos de projetos públicos”,
informa a diretora e administradora Márcia de Barros.
Segundo ela, não é a localização
nem a falta de público as causas do problema.
“A mudança do pagamento de impostos de simples
para supersimples triplicou nossos gastos”, diz ela.
Outra reclamação é o fato de as casas
de teatro terem de pagar impostos. “Por que somos obrigados
a pagar IPTU se as igrejas não pagam? É ridículo
receber financiamento público e depois ter de devolver
em IPTU e ISS.” O Teatro Fábrica desembolsa R$
1.750 de IPTU durante 10 meses do ano.
Fomento
O Fábrica conta com dois incentivos. O primeiro é
pelo Fundo Nacional da Cultura (FNC), que atrasou seu repasse
neste ano. A contrapartida é levar integrantes de comunidades
carentes para assistir às peças da casa.
O outro é por meio do PAC ICMS (Programa de Aceleração
Cultural do governo paulista), programa que permite que empresas
repassem até 3% de seus impostos para projetos culturais.
“Mas acontece que poucas podem participar.”
Pelo programa, o teatro foi aprovado para receber R$ 400
mil. “Mas como precisa vir de um único empresário
e ele tem de doar 3%, isso significa que poucos podem ajudar.
Apenas empresas de grande porte mesmo.”
Barros conta que terá uma reunião ainda esta
semana com a Secretaria da Cultura para pedir que empresas
pequenas possam participar do programa. “Se o açougue
da periferia pudesse colaborar com o grupo de teatro local
seria mais válido para o Estado. Todos os comércios
deveriam poder participar.” |