O arquiteto
Lúcio Gomes Machado, professor da FAU (Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo)-USP, classificou de "besteira"
a intenção da prefeitura de demolir o São
Vito.
"É besteira, porque a construção
custou alguma coisa para alguém em algum momento",
disse.
Na avaliação dele, habitações
de interesse social precisam de subsídio do poder público
para se tornar viáveis. O alto custo das habitações
pode ser contornado, disse, ao alugá-las, em vez de
comercializá-las -como ocorre. "É uma limitação
achar que programa habitacional tem de ser vendido."
Machado aponta como erro a demolição de prédios
nos centros das grandes cidades. "Você inviabiliza
a cidade. A idéia é investir pesado no centro."
"Equívoco"
Para Paulo Teixeira, secretário da Habitação
na gestão Marta, a demolição é
um "profundo equívoco". "A decisão
de requalificar o edifício foi tomada em consulta com
urbanistas e a inúmeros segmentos", afirmou. "Qual
a simbologia de se demolir habitação de interesse
social em São Paulo? Muita gente não tem onde
morar." Para ele, há também um empecilho
técnico para pôr abaixo o prédio: o fato
de o São Vito ser geminado com o edifício vizinho,
o Mercúrio. "A demolição teria que
ser manual."
O arquiteto Roberto Loeb, autor do projeto de requalificação
do São Vito, diz que a demolição seria
"problemática". "A pilha de escombros
atingiria 7 ou 8 andares e causaria uma poeira grande. Remover
tudo demoraria."
Folha de S.Paulo.
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