João Batista Jr.
Depois de espalharem câmeras no centro das grandes cidades
da Inglaterra, o governo do Partido Trabalhista iniciou no
ano passado uma nova medida que visa aumentar a qualidade
de vida dos cidadãos.
Foram instalados dispositivos de áudio nas câmeras
dos bairros centrais de Londres com a finalidade de dar broncas
nas pessoas de comportamento anti-social. Aqueles que jogarem
lixo no chão, provocarem moradores de rua e brigarem
em praça pública tomarão, digamos, um
pito em público.
As câmeras emitem vozes dos monitores do circuito interno
de TV, que descrevem a pessoa e o delito que ela cometeu instantes
depois do ato ter ocorrido (loiro, baixo, de paletó
preto e pasta cinza acabou de jogar um chiclete no chão).
Todos que escutam o recado tendem a procurar pelo detrator,
o que gera certo constrangimento à pessoa. No caso
de a bronca não solucionar o problema (pegar a goma
de mascar do chão e jogá-la no cesto de lixo),
a polícia é acionada.
Com o sucesso do projeto, o governo de Tony Blair prometeu
para este ano instalar as câmeras falantes no centro
das cidades grandes de todo o país, além de
ampliar para outras regiões de Londres.
Críticas
Muitos dizem que a privacidade foi diminuída ainda
mais com a iniciativa, e que pessoas podem ser confundidas
no caso de serem parecidas àqueles que cometeram algum
tipo de comportamento anti-social. A vergonha em público
seria, assim, em vão para alguns.
Já a oposição do Partido Trabalhista
acredita que a iniciativa tem como função diminuir
o número de policiais das ruas, uma vez que pequenas
infrações poderiam ser resolvidas sem a presença
deles. O governo de Blair nega, e afirma que seu governo aumentou
o efetivo desde 1997, contratando até agora 14 mil
pessoas para a segurança pública, entre policiais
e guardiões de ruas.
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