Erika
Vieira
Na periferia de São Paulo uma escola volta a brilhar.
“Agora estamos em busca da sexta estrela, porque hoje
ela já tem cinco”, fala Rosangela Macedo Moura,
diretora da Escola Estadual Dr. Francisco Brasiliense Fusco,
no bairro do Campo Limpo. Depois de cair no conceito da comunidade
a escola deu a volta por cima firmando uma parceria com o
Grupo YPY - rede de publicidade e comunicação,
integrado pelas agências África, DM9DDDB, MPM,
Loducca e Eugênio.
Há cerca de um ano a Fusco
foi adotada pelo Grupo, teve sua estrutura totalmente revitalizada
e ganhou novas propostas educativas. “Queremos transformar
a escola na melhor de São Paulo e do país”,
declara Luis Roberto Pires Ferreira, integrante do YPY. Para
isso, procuraram trabalhar em conjunto com profissionais gabaritados
como a paisagista Isabel Duprat, uma das mais conceituadas
do país. Ela doou um projeto para ampliar a área
externa da escola, transformando o espaço ocioso em
parque florido e diferente da aridez das escolas públicas
tradicionais. Outra importante colaboradora é a arquiteta
Moema Wertheimer, que voluntariamente desenvolveu a sala de
informática, a sala de música, a briquedoteca
e biblioteca que antes não existiam.
Aparelhos de televisão e DVDs
também estão sendo colocados nas salas de aula.
Já na parte pedagógica, um grupo de 150 voluntários
(composto por profissionais do YPY, entre colaboradores e
acionistas) desenvolvem programas de arte, informática,
esporte e saúde. Com isso as melhoras ficaram nítidas,
como comprovam os índices:
Número de alunos matriculados:
cerca de 1.200 para 1.600 (recorde em toda a história
da escola).
Evasão escolar: redução
de 9,9% em 2004 e 2005 para 7,1% em 2006.
Depredação: caiu o registro
de ocorrências de 57 para apenas 6.
Programa Escola Aberta: aumento de 8 (2005)
para 33 cursos e atividades diversas (em 2006) e de 200 para
450 pessoas por semana.
Voluntários da comunidade: crescimento
de 5 em 2005 para 57 em 2006.
Rotatividade de professores: zero em 2006
(primeira vez na história da escola). Migração
de alunos de outras escolas para o Fusco: média
histórica: 3. Em 2006, 8 escolas perderam alunos para
o Fusco.
Associação de Pais e Mestres (20 integrantes):
em 2006, 15 integrantes participaram ativamente contra 2 em
2005.
As benfeitorias não param por
ai. Além de apoiar o ensino, o Grupo passou a oferecer
bolsa trabalho aos alunos da Francisco Brasiliense Fusco.
Até o fim deste ano, 12 estudantes atuarão profissionalmente
nas agências de publicidades, sendo capacitados em fotografia
e computação. Os fornecedores do YPY também
entrarão no projeto de contratar os jovens.
“Acreditamos no casamento entre
o Estado, terceiro setor, setor privado e Associação
de Pais e Mestres”, diz Ferreira ao explicar que tudo
isso só foi possível com o apoio da ONG Parceiros
da Educação e da Associação de
Pais e Mestres da escola. O comprometimento da diretora foi
outro fator que ajudou bastante, “queríamos interferir
em uma instituição que tivesse uma diretora
comprometida com a educação”. Rosangela
se encaixa exatamente nesse perfil, sua paixão pela
Fusco faz com que viaje todos os dias de Santos (cidade onde
mora) até a capital para gerir a escola.
|