Erika
Vieira
Avaliada com baixo desempenho no Idesp (Índice de Desenvolvimento
da Educação do Estado de São Paulo),
a Escola de Aplicação da USP é um reflexo
das dificuldades pelas quais passam as instituições
de ensino da rede pública do Estão de São
Paulo. “Enfrentamos os mesmos problemas que as outras
escolas. Também temos falta de professores, por exemplo”,
diz Vanderlei Pinheiro Bispo, diretor da Escola de Aplicação.
O índice avaliou as escolas
em uma escala de 0 a 10 nas disciplinas de português
e matemática. As notas da Escola de Aplicação
são: 5,30 da1º a 4º série do ensino
fundamental, 4,33 da 5º a 8º série do ensino
fundamental e 3,07 da 1º a 3º série do ensino
médio. Se colocarmos esses números em um ranking
as posições alcançadas são: 32º
lugar para a 4º série do ensino fundamental, 53º
posição referente a 8º série do
ensino fundamental e 42º lugar para a 3º série
do ensino médio.
De acordo com o diretor, um dos fatores
para o baixo desempenho pode ser explicado pela falta de professor
justamente na disciplina de matemática. “Desde
o começo do ano estamos com seis professores a menos
e ainda não foram contratados.” Outro ponto que
ele julga relevante é a maneira como a prova foi aplicada.
“Fomos informados da prova uma semana antes, por isso
como estávamos em período de recuperação
não tivemos tempo de avisar todos os alunos para fazerem
a prova.”
O cálculo de avaliação
do Idesp classifica os alunos em quatro níveis: abaixo
do básico, básico, adequado e avançado.
Sendo que a defasagem da escola varia entre zero (quando todos
os alunos estão no nível avançado) e
três (quando todos os alunos estão no nível
abaixo do básico). Por causa disso, Pinheiro Bispo
explica que a porcentagem de estudantes que ficaram acima
do nível avançado acabou sendo desprezada. Em
rendimento avançado a Escola de Aplicação
apresenta na 4º série 17% em português e
11,3% em matemática, já na 8º série
17% na primeira disciplina e 7% na segunda. Enquanto que os
da 3º série do ensino médio pontuaram apenas
em matemática com 29%, e zerando em língua portuguesa.
O diretor considera que instrumentos
externos como o Idesp ajuda a escola a enxergar com está
inserida na sociedade e a repensar seus métodos de
ensino. ”Também temos dificuldades em definir
um Projeto Político Pedagógico que esteja conectado
com a sociedade, em despertar e motivar os alunos. Acho que
estamos fracassando nisso”, diz.
Apesar dos problemas, Bispo
Pinheiro ressalta que a Escola de Aplicação
possui ferramentas importantes para a disponibilidade de educação
de qualidade. Como a possibilidade de trabalhar com projetos
coletivos com a comunidade USP, laboratórios e bibliotecas
bem equipados e a baixa evasão de alunos, que mantém
os mesmos estudantes na instituição desde a
primeira série do fundamental até o último
ano do ensino médio.
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