|
Keila Baraçal
O número de livros disponíveis para crianças,
jovens e adultos em bibliotecas é praticamente nulo
em quase todas as regiões da cidade de São Paulo.
Os dados, coletados em 2006 e divulgados ontem no Observatório
Cidadão Nossa São Paulo, organizado pelo Movimento
Nossa São Paulo, através da Secretaria Municipal
de Cultura, mostram que apenas as subprefeituras da Lapa,
Pinheiros, Vila Mariana, Mooca e Sé apresentam alguns
poucos exemplares. A quantidade de livros dedicados à
literatura adulta é pior ainda. Em todas as localidades,
exceto na região da Sé, a quantidade é
zero.
Embora existam acervos que tenham títulos infanto-juvenis,
os números são pequenos. A região da
subprefeitura da Lapa (mais os bairros de Perdizes, Barra
Funda, Vila Leopoldina, Jaguaré e Jaraguá),
apresenta a menor disponibilidade, com apenas 3,12 exemplares
por habitante. Já na subprefeitura da Sé (abrangendo
os bairros da República, Bela Vista, Consolação,
Santa Cecília, Bom Retiro, Liberdade e Cambuci), os
índices são os maiores, se comparados ao restante
da capital, há 13,37 livros
por habitante.
As demais áreas ficam na média
de cinco livros por pessoa. Subprefeitura de Pinheiros (bairros
de Pinheiros, Jardim Paulista, Alto de Pinheiros e Itaim Bibi)
estão com 4,57 exemplares. Em seguida, está
a região de Vila Mariana (bairros de Vila Mariana,
Moema e Saúde), com 4,94 e, por fim, aparece a Mooca
(bairros de Água Rasa, Brás, Tatuapé,
Belém, Pari e Mooca) - 6,93 livros por habitantes.
No que corresponde ao número
de exemplares indicados para leitores adultos, somente a região
da Sé tem disponibilidade. Ou seja, o número
de livros por habitante ficou na casa dos 10,78. Todas as
demais regiões não apresentavam tais índices.
Pesquisa
Segundo Oded Grajew, um dos idealizadores do Movimento
Nossa São Paulo, a pesquisa, de um modo geral, levou
um ano para ficar pronta e mais de 200 pessoas se envolveram
com o trabalho. “Este observatório vai ficar
em eterna atualização.”
Além dos dados sobre
a falta de livros, foram coletadas informações
(de todas as subprefeituras) nos âmbitos da Assistência
Social, Cultura, Educação, Esporte, Habitação,
Meio Ambiente, Orçamento, Saúde, Trabalho e
Renda, Transporte e Violência. “Para solucionar
os problemas, acho que temos que focar esforços nas
regiões mais pobres.
Há regiões que não têm nenhum tipo
de serviço público”, concluiu Oded.
Link relacionado:
Jaçanã,
Guaianases, Tremembé e Perus são as regiões
de maior carência cultural |