|
Erika Vieira
Heitor Augusto
Em breve a Vila Leopoldina, zona oeste da cidade de São
Paulo, acabará ficando conhecida como a Vila Mídia.
Isso porque, o bairro ganhará novos espaços
de produção audiovisual, além das já
existentes.
Nos últimos anos, produtoras
de peso como a Quanta, O2, Ink, Neogama e Villa Boas vêm
escolhendo o local por ser uma das poucas regiões da
capital que ainda possui grandes áreas disponíveis.
A localização perto da Marginal Pinheiros, uma
das principais vias de acesso da cidade, também ajuda
no transporte dos equipamentos. Outro fator que chamou a atenção
dos empresários foi a existência de amplos galpões
de fábricas desativadas, o que facilitou a adaptação
física das produtoras de cinema. “São
Paulo tinha uma carência de estúdios. Onde ter
uma área acima de 10 mil m2 quando já estava
tudo cheio? Há quatro anos percebi que nesse lado do
Ceagesp tinha áreas de baixo custo, porque era uma
região abandonada por causa das alagações
e das empresas falidas que haviam ali”, conta Marcelo
Fujii, gestor operacional da Quanta.
As instalações deram
tão certo que a Ink está levando mais oito empresas
do grupo para o local. São elas: Margarida Flores e
Filmes (produção audiovisual publicitária),
Academia de Filmes (produção audiovisual para
TV e Cinema), Academia de Cultura (ONG do grupo para projetos
culturais), Ipanema (desenvolvimento de obras autorais para
Cinema, TV e Literatura), Base7 Projetos Culturais (concepção,
planejamento, desenvolvimento e coordenação
de projetos culturais), Cia das Licenças (licenciamento
de produtos culturais), Ilegal FX (serviços de pós-produção
e efeitos), Colméia (desenvolvimento e produção
de conteúdos para novas mídias). No total a
nova sede ocupará um terreno de 10 mil m2 com 13 mil
m2 de área construída.
O bairro também abrigará
o novo prédio da Cinemateca e a sede da TV Brasil em
São Paulo. “A Vila Leopoldina está caminhando
para tornar-se a Vila dos Artistas, com diversas empresas
do ramo de cultura, conteúdo e entretenimento instaladas
lá. Isso atrai investimentos, não só
das próprias empresas em suas instalações,
mas também em melhorias para o bairro. Com o aumento
da circulação, é inevitável que
invista-se também em serviços e em infra-estrutura”,
diz Paulo Schmidt, presidente da Ink.
Agora o quadrilátero
do audiovisual, como é chamado pelas pessoas que trabalham
ali, prepara-se para passar por um plano de reurbanização.
Apesar da melhora, a região ainda enfrenta problemas
de prostituição, tráfico de drogas e
caixarias. “Não basta expulsar as pessoas, temos
que fazer um plano de reurbanização”,
fala Fujii. Por isso, a Quanta está intermediando o
projeto entre a prefeitura e o empresariado local. Se aprovado,
a Vila Leopoldina terá novas calçadas, melhor
iluminação, mais árvores e galerias pluviais
reformadas. Até o muro do Ceagesp está previsto
para ficar de cara nova com a pintura de grafites que viraria
documentário.
|