João
Batista Jr.
Com seus 12 andares e 50 metros de altura, o edifício
Sampaio Moreira foi apontado em seu ano de inauguração,
1924, como o primeiro arranha-céu da cidade de São
Paulo – posto que perdeu para o edifício Martinelli,
em 1929.
Com vista privilegiada para o Teatro Municipal, torres da
Catedral da Sé e Vale do Anhangabaú, o prédio
da rua Líbero Badaró passa hoje por um dos processos
de recuperação mais interessantes do centro.
“Queremos ativar uma retomada de caráter viral
capaz de contaminar as pessoas”, conta o arquiteto Alexandre
Cafcalas – um dos fundadores do grupo 55onze (escritório
de arquitetura).
Ao lado de Bruno Gomes e Rogério Alves, Alexandre
levou em março o 55onze para sete salas no 11º
andar do edifício. “Nosso escritório não
pensa apenas na arquitetura pela arquitetura, trabalhamos
também com conceitos de artes plásticas, grafitti,
arte marginal”. O nome do estúdio se deve a soma
do código de área do Brasil (55) e de São
Paulo (11). “Uma definição quase geográfica,
uma coordenada de local para mostrar a localização
de cidade e levantar a questão da indefinição
das coisas”.
Novo Sampaio Moreira
“Queremos fazer do 11º andar uma plataforma de
recuperação por meio da interdisciplinaridade”.
Alexandre afirma a burocracia dos proprietários precisa
ser derrubada para que pessoas que pensem em arte urbana possam
se instalar no local. “Todo o prédio é
de apenas uma família e existem pessoas com vontade
de alugar os andares vazios”.
Dentre os interessados, o Instituto Fernando Pessoa aparece
por querer se instalar no local. “O 12º andar está
vazio, tem gente que quer fazer do local uma galeria de arte
marginal”. Grupos de teatros também pensam em
ter palco no edifício.
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