João
Batista Jr.
Localizada na Ilha do Bananal,
Tocantins, a comunidade indígena que vive às
margens do rio Javaé passa por um processo de capacitação
contínua: desde 2005, o Massachusetts Institute of
Technology (MIT), a Poli (USP) e a Fundação
Bradesco oferecem à comunidade ribeirinha tecnologias
que visam melhorar a qualidade de vida da região. Saúde,
comunicação e geração de renda
são os principais pontos trabalhados pelos universitários
junto à população local.
“O trabalho é completo,
antes a comunidade não tinha nem a formalização
do idioma que usam, então tivemos de desenvolver um
sistema de informática especial”, informa Nivaldo
Marcuso, gerente do setor de tecnologia da Fundação
Bradesco. Os estudantes criaram um teclado
para o idioma Iny, próprio da tribo Javaé, para
que eles pudessem usar o computador.
“Os estudantes do MIT não são apenas da
área de informática: também participam
jornalistas e educadores”, adiantam Nivaldo.
A universidade americana atua
na área com a divisão denominada Media Lab,
que é de escala mundial e consiste em melhorar
a qualidade de vida por meio de educação e comunicação.
Diversos países em desenvolvimento contam com pesquisas
em andamento, como a Índia.
Todo projeto precisa de apoio de comunidades locais para ser
executado. “Existe na área do Javaé uma
escola de dois mil alunos, que auxiliam a realizar as tarefas
organizadas pelos estudantes da Poli e do MIT”, informa
Nivaldo. Captação da água da chuva, diminuição
de emissão de poluentes oriundos do trabalho com madeira
e reutilização dos materiais usados são
alguns dos trabalhos em andamento.
Criada em 2004, a iniciativa Poli Cidadã atua com
o MIT desde janeiro do ano passado. “Enviamos nos anos
de 2006 e 2007, alunos de engenharia e coordenadores para
colaborarem”, informa Antônio
Luis de Campo Mariani – coordenador geral da iniciativa
da USP.
Histórico
A Fundação Bradesco começou a ter acesso
aos trabalhos do Media Lab em 1999, mas apenas em
2001 se tornou patrocinadora e, conseqüentemente, apta
a administrar projetos com a universidade. “Foi quando
O MIT pediu para indicarmos uma comunidade para atuarem”.
Em 2005 a parceria foi selada, e desde então as três
entidades atuam na comunidade indígena. “Os índios
Javaés estão, desde 2006, realizando conferências
via internet com tribos distantes”, comemora Nivaldo.
Este é o terceiro ano da parceria em Tocantins. “E
no ano que vem pretendemos atender, junto com o MIT também,
uma comunidade de Ceilândia, no Distrito Federal”.
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