Alan Meguerditchian
especial para o GD
Escola Infantil da Vila Madalena projeta reformar espaço
de 1,8 mil m² para compartilhar experiências com
a comunidade, mas não consegue o dinheiro.
Mil e oitocentos metros quadrados nos quais duas ou três
dezenas de árvores se misturam a brinquedos infantis,
como escorregadores, sobre um piso que sofre com as raízes
que crescem e acabam quebrando o cimento. Este é o
espaço dos fundos da Escola Municipal de Ensino Infantil
Zilda de Franceschi, localizada no bairro da Vila Madalena,
em São Paulo, que hoje serve como área de lazer
para as 250 crianças do colégio correrem e brincarem.
Desde 2000, ano em que a escola foi reformada, existe o plano
de transformar o espaço em um local no qual a comunidade
do bairro tenha a oportunidade de interagir com a escola.
"Existem muitos ateliês na região. Caso
fosse possível, poderíamos convidar um para
que desse uma aula para os pais dos alunos ou moradores neste
local", sonha a diretora Márcia Marques. Para
isso, a comunidade participou da elaboração
do projeto. Sugestões foram coletadas de alunos, seus
pais, além da comunidade. Mas para que tudo isso se
concretize, é necessário reformar o local. O
problema é conseguir a verba para concretizar o projeto.
Uma primeira tentativa ocorreu por meio de uma parceria com
a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de
São Paulo (USP). "Eles enviaram um projeto para
a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de São Paulo (Fapesp) - instituição que
financia projeto e pesquisas -, mas a instituição
só destina recursos para projetos a partir do ensino
fundamental", explica a coordenadora pedagógica
Marisete Nardone.
Em 2004, outro esforço foi realizado com a secretaria
municipal da Educação. "Como o ano era
eleitoral, não foi possível conseguir a verba.
Em 2005, enviamos o projeto para o programa São Paulo
É Uma Escola - pelo qual empresários selecionavam
projetos para investir -, mas passou o tempo e até
agora não conseguimos o recurso", explica Nardone.
A história da escola é marcada por projetos
de intervenção de sucesso. Os muros foram pintados
e receberam figuras, criadas pelos alunos, em mosaico por
meio de uma parceria com a organização não-governamental
Cidade Escola Aprendiz e duas escolas particulares. Em outra
ocasião, a escola conseguiu realizar um evento de literatura,
arrecadando livros com a associação do bairro.
"Queremos compartilhar o espaço e experiências
com os pais e com a comunidade, mas sem o recurso a gente
continua só sonhando", lamenta Marques.
Ensino
integral estimula a participação dos pais
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