|
São Paulo ganhará,
até o fim do ano, um "parque de diversões
da língua portuguesa". A Fundação
Roberto Marinho anunciou que até dezembro de 2005 a
Estação da Luz da Nossa Língua, museu
sobre o idioma implantado em partes de três pavimentos
do prédio da Estação da Luz, no centro
da cidade, será inaugurado.
Com a abertura do espaço, que
abrigará exposições sobre a língua
falada no Brasil e sobre outras que influenciaram o português
brasileiro, será concluído o projeto orçado
em R$ 36 milhões, fruto da parceria entre a fundação,
o Ministério da Cultura, a IBM Brasil, os Correios,
a TV Globo, a Petrobras, a Secretaria de Estado da Educação
de São Paulo, a Vivo, a Eletropaulo, a Votorantim e
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES).
Para Isa Ferraz, cientista social
coordenadora da elaboração do conteúdo
do projeto, o museu é um espaço para o reconhecimento
da língua portuguesa do Brasil. "Não queríamos
um tratamento acadêmico ou de espetáculo público.
Queríamos algo com uma abordagem diferente", explica,
e acrescenta que o projeto é o primeiro museu de idioma
do mundo. Para outros envolvidos, a visão é
um pouco diferente. O poeta e antropólogo Antonio Risério,
por exemplo, é o responsável pela definição
da instituição como um "parque de diversões".
A escolha do termo pode ser explicada
pelo caráter tecnológico e de interação
que o museu assumirá. Recepcionado logo no início
por uma instalação da diretora artística
Bia Lessa, o visitante deve utilizar uma outra instalação,
dentro de um elevador criada por Risério e Arnaldo
Antunes e batizado de "Árvore da Língua"
para chegar aos outros andares.
Todos os outros ambientes da instituição
--o auditório, a Praça da Língua, a Grande
Galeria, a Galeria das Influências, a Linha do Tempo
e a Mesa de Etimologia, também seguem a linha, de unir
informação à tecnologia, seja com multimídia
ou com suportes audiovisuais.
Iniciado há quatro anos,
o projeto do museu envolve equipe formada por 23 especialistas
e artistas e teve sua primeira fase concluída no aniversário
de 450 anos da cidade, quando foram restauradas as fachadas
da estação.
ISABELLE MOREIRA LIMA
da Folha de S.Paulo
|