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SOB PRESSÃO
Presidentes do Banco Central e do Banco do Brasil e ex-diretor do BC refutam as acusações de reportagens
Casseb, Candiota e
Meirelles negam
irregularidades
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os presidentes do Banco Central, Henrique Meirelles, e do
Banco do Brasil, Cássio Casseb, e
o ex-diretor do BC Luiz Augusto
Candiota têm buscado rebater as
acusações contra eles divulgadas
na imprensa nos últimos dias.
Meirelles disse ontem à Folha
que todas as operações mencionadas ontem pela revista "Veja"
são "legítimas e legais". Segundo
ele, são transações registradas e
públicas, informadas ao governo.
O presidente do BC afirmou que
o episódio envolvendo seu primo
Marco Túlio Pereira de Campos,
detido neste ano no aeroporto de
Congonhas com R$ 32.000, foi informado ao Ministério da Justiça
tão logo tomou conhecimento do
caso. Segundo Meirelles, como o
ministério nada encontrou de irregular, não foi aberto inquérito.
Ele disse que o dinheiro que estava com o primo se refere a operações de venda de um imóvel
que tinha em sociedade com um
amigo em Piracicaba (SP). Seu sócio, após a venda, pagou-lhe uma
dívida referente a benfeitorias no
terreno e o fez em dinheiro, valor
depositado em nome de uma empresa do presidente do BC.
Meirelles rebate também a acusação publicada pela revista de
que teria feito operações para fugir do pagamento de imposto ao
transferir um imóvel de uma empresa sua para o seu nome.
Nesse caso, Meirelles explica
que em 2002 adquiriu a pedido de
familiares uma chácara em Anápolis (GO) que pertencia a um tio
seu, Jonas Duarte, já morto.
Como não tinha CPF no Brasil
na época, a operação foi feita por
uma empresa sua, a Silvania Empreendimentos, criada para administrar seu patrimônio no país.
Ao retornar ao Brasil e regularizar seu CPF, o presidente do BC
disse que decidiu desativar a empresa e fez a transferência do imóvel para seu nome. Segundo ele, a
operação ocorreu no mesmo ano,
pelo mesmo valor e está devidamente registrada em sua declaração de Imposto de Renda. Meirelles afirmou que está tranqüilo e
que não pretende deixar a presidência do Banco Central.
Presidente do BB
Anteontem, a revista "IstoÉ" relatou que o presidente do Banco
do Brasil, Cássio Casseb, não declarou ao fisco que possuía duas
contas nos EUA. Casseb rebateu
as acusações. "Informo que todos
os meus bens no país e no exterior
se encontram relacionados na minha declaração de Imposto de
Renda", afirmou, por meio de sua
assessoria. O presidente do BB
disse também que suas declarações de renda feitas entre 1999 e
2002 foram entregues à CPI do
Banestado, que investiga o caso.
Na quarta-feira passada, Casseb
já havia feito um pronunciamento em que se disse indignado com
a informação de que suas atividades teriam sido monitoradas pela
Kroll, empresa contratada pela
Brasil Telecom para espionar a
Telecom Itália. ""Esse tipo de coisa invade a gente, é desagradável."
Horas antes do presidente do
Banco do Brasil fazer as afirmações, Luiz Augusto Candiota pediu demissão do cargo de diretor
de Política Monetária do BC. Sua
decisão ocorreu em decorrência
de reportagem publicada pela revista "IstoÉ", que afirmava que
Candiota deixou de declarar à Receita Federal a existência de contas mantidas por ele no exterior.
No mesmo dia em que a reportagem foi publicada, o BC divulgou nota em que Candiota negava
ter sonegado informações à Receita. Segundo a nota, o então diretor repudiava "qualquer afirmativa ou insinuação de que transações efetuadas antes ou depois
da sua condução ao Banco Central tenham violado a legislação
aplicável". Dois dias depois, no
domingo passado, o BC divulgou
outra nota em que Candiota negava possuir contas nos bancos
MTB Bank ou com o Northern International, citados pela "IstoÉ".
Na última quarta-feira, Candiota pediu demissão do cargo e criticou a forma como as acusações
contra ele foram divulgadas pela
imprensa. "Sinto-me violentado
pessoal e profissionalmente, sobretudo pela forma como a matéria é apresentada, dando a entender que teria me envolvido em
operações fraudulentas, tendo ignorado a legislação e dela me distanciado como se fosse um marginal", disse o ex-diretor do BC.
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