São Paulo, domingo, 01 de dezembro de 2002

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Reforma trabalhista deve ser feita "sem atropelo", afirma Vicentinho

DO ENVIADO A BRASÍLIA

A reforma trabalhista tem de ser feita "sem atropelo", de acordo com um dos especialistas do PT na área, o deputado federal eleito Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (SP).
Ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vicentinho defende uma "exaustiva negociação" entre empresários, trabalhadores e governo, mas concorda que a prioridade para 2003 são as reformas tributária e previdenciária. (FZ)  

Folha - A reforma trabalhista vai ficar em segundo plano em 2003?
Vicentinho
- A reforma -tanto da legislação trabalhista como da estrutura sindical- começará a ser discutida em 2003, e defendo que essa discussão seja feita até a exaustão, para então serem tomadas medidas legislativas.

Folha - Haverá alguma mudança concreta no curto prazo?
Vicentinho
- Não me sinto em condições de falar em prazo agora. Concordo que a prioridade no ano que vem será para as reformas tributária e previdenciária, e que o restante será objeto de uma ampla discussão. O que precisa ficar claro é que a reforma sindical, por exemplo, terá de ser feita sem atropelo, até porque muitos sindicatos não se prepararam para a mudança que está por vir. A elaboração de um código para substituir a Consolidação das Leis do Trabalho precisará ser discutida de forma tranquila.

Folha - A discussão "exaustiva" não irá tornar o processo de reformulação muito moroso?
Vicentinho
- Estamos iniciando um processo de quatro anos de duração. O cronograma dependerá do ritmo em que consensos forem atingidos. É melhor um processo lento e seguro do que rápido e inseguro.

Folha - É possível aprovar a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais já no ano que vem?
Vicentinho
- Este ponto demandará estudos técnicos, mas já há ampla posição favorável na sociedade, além de experiências internacionais bem-sucedidas.
Penso que será possível aprovar a medida no curto prazo, mas com um calendário de implantação mais elástico.



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