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Reforma trabalhista deve ser feita
"sem atropelo", afirma Vicentinho
DO ENVIADO A BRASÍLIA
A reforma trabalhista tem de
ser feita "sem atropelo", de acordo com um dos especialistas do
PT na área, o deputado federal
eleito Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (SP).
Ex-presidente da Central Única
dos Trabalhadores (CUT), Vicentinho defende uma "exaustiva negociação" entre empresários, trabalhadores e governo, mas concorda que a prioridade para 2003
são as reformas tributária e previdenciária.
(FZ)
Folha - A reforma trabalhista vai
ficar em segundo plano em 2003?
Vicentinho - A reforma -tanto
da legislação trabalhista como da
estrutura sindical- começará a
ser discutida em 2003, e defendo
que essa discussão seja feita até a
exaustão, para então serem tomadas medidas legislativas.
Folha - Haverá alguma mudança
concreta no curto prazo?
Vicentinho - Não me sinto em
condições de falar em prazo agora. Concordo que a prioridade no
ano que vem será para as reformas tributária e previdenciária, e
que o restante será objeto de uma
ampla discussão. O que precisa ficar claro é que a reforma sindical,
por exemplo, terá de ser feita sem
atropelo, até porque muitos sindicatos não se prepararam para a
mudança que está por vir. A elaboração de um código para substituir a Consolidação das Leis do
Trabalho precisará ser discutida
de forma tranquila.
Folha - A discussão "exaustiva"
não irá tornar o processo de reformulação muito moroso?
Vicentinho - Estamos iniciando
um processo de quatro anos de
duração. O cronograma dependerá do ritmo em que consensos forem atingidos. É melhor um processo lento e seguro do que rápido
e inseguro.
Folha - É possível aprovar a redução da jornada de trabalho para 40
horas semanais já no ano que vem?
Vicentinho - Este ponto demandará estudos técnicos, mas já há
ampla posição favorável na sociedade, além de experiências internacionais bem-sucedidas.
Penso que será possível aprovar
a medida no curto prazo, mas
com um calendário de implantação mais elástico.
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