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FESTA DA OPOSIÇÃO
Políticos adversários vão a cerimônia do marqueteiro Nizan Guanaes e evitam saia justa
Casamento reúne Serra, ACM e Roseana
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
O casamento do publicitário
Nizan Guanaes com Donata
Meirelles, diretora da Daslu,
uma das mais conhecidas butiques de São Paulo, reuniu anteontem num mesmo ambiente o senador tucano José Serra e
dois de seus maiores adversários políticos, os senadores
eleitos pelo PFL Roseana Sarney e Antonio Carlos Magalhães, padrinhos de casamento
dos anfitriões.
Nizan foi o responsável pelos
programas de televisão da
campanha de Serra. Durante a
eleição, o tucano enfrentou a
oposição de Roseana, que
apoiou Lula (PT), e de ACM,
que apoiou Ciro (PPS). Roseana responsabiliza Serra pela
operação que apreendeu R$ 1,3
milhão numa empresa de sua
propriedade, a Lunus.
A festa tinha tudo para ser
uma sequência de saias justas.
O tamanho do ambiente -700
m2- e o fato de os três terem
vários amigos comuns facilitou
as coisas.
Serra chegou atrasado, por
volta de 22h30, e logo foi avisado de que a senadora eleita ficaria muito constrangida se tivesse que cumprimentá-lo. Os
dois se sentaram em mesas distantes e mal se viram. ACM ficou numa terceira mesa, com
Hebe Camargo e o empresário
João Carlos Di Gênio.
O governador eleito de Minas Gerais, Aécio Neves, circulava de mesa em mesa. "Passei
o dia administrando a crise do
Itamar com o PT", afirmou ele
a ACM. "O Itamar enlouquece
o país", disse o senador baiano.
Na sexta-feira, Itamar lançou
uma nota afirmando que o PT
o tratava como "adversário"
por sugerir veto a uma medida
provisória que beneficia Minas
Gerais com verbas.
Aécio e o governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin, passaram boa parte da noite na
mesa de Roseana. "Vou precisar tomar medidas drásticas
em Minas", afirmou Aécio à
senadora eleita.
"O Itamar já mandou para a
Assembléia Legislativa uma lei
que me permite enxugar o
quadro de funcionários, acabar com secretarias, fechar outros órgãos." Roseana afirmou
que Aécio precisaria fazer "sacrifícios" nos dois primeiros
anos, para depois então seu governo começar a realizar obras.
Só depois de quase uma hora
de conversa com Roseana,
Alckmin procurou Serra para
conversar. O ex-presidenciável
passou a maior parte do tempo
sentado numa mesa com a empresária Paula Lavigne, mulher
de Caetano Veloso, e com as
atrizes Paula Burlamaqui e Carolina Dieckman, que o apoiaram na campanha eleitoral.
Perto dele também estava o
apresentador Gugu Liberato.
FHC
Fernando Henrique Cardoso, convidado para padrinho,
não compareceu à festa. A Folha apurou que o presidente
achou mais conveniente não
dividir o altar com ACM e Roseana. Nizan não entrou em
detalhes a respeito da ausência
de FHC. Afirmou apenas que o
presidente "acha que não é o
momento de fazer marola".
A festa reuniu ainda alguns
dos principais empresários do
país, como Abílio Diniz, do
Pão de Açúcar, Roberto Setubal, do Itaú, Roberto Civita, do
grupo Abril, e Fernando Xavier, presidente da Telefônica.
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