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DATAFOLHA
Reprovação ao governo nessa área era de 43% em março e de 50 % em agosto; para 46%, emprego é principal problema
54% desaprovam combate ao desemprego
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar da relativa estabilidade
na popularidade de seu governo,
o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva tem deixado a desejar no
combate ao desemprego. Na pesquisa Datafolha realizada em todo
o país nos dia 28 e 29 do mês passado, 54% responderam que o desempenho do petista nessa área é
ruim ou péssimo. Esse percentual
era de 50% em agosto e de 43%
em março -uma alta de 11 pontos percentuais em sete meses.
No início do governo, o desemprego era apontado como principal problema do país por 31% dos
entrevistados pelo Datafolha.
De lá para cá, houve uma alta de
15 pontos e hoje 46% acreditam
ser esse o maior mal do país.
Quando candidato, Lula falava
em criar 10 milhões de postos de
trabalho durante o seu mandato
de quatro anos.
Antes de o petista tomar posse,
o Datafolha perguntou aos eleitores como ele se daria no combate
ao desemprego: 71% responderam que o novo governo seria
bom ou ótimo nessa área. Na semana passada, o Datafolha constatou que esse percentual é de
quase insignificantes 14%.
Esperança X medo
Logo depois de confirmada a
sua vitória eleitoral em 2002, Lula
adotou uma frase criada pelo
marqueteiro Duda Mendonça: "A
esperança venceu o medo".
Na pesquisa Datafolha, os entrevistados foram indagados sobre o medo da perda do emprego
ou do trabalho.
Para 34%, o que mais dá medo é
ficar sem emprego ou trabalho.
Entre os brasileiros das classes D e
E, o percentual sobe para 42%.
Outros 31% dizem que essa situação é uma das que mais dá medo.
Apenas 34% dos entrevistados
disseram não temer a perda do
emprego ou do trabalho. A situação é mais confortável na opinião
dos brasileiros que ganham acima
de dez salários mínimos por mês.
Nessa categoria, 54% responderam não ter medo de ficar sem
ocupação profissional.
Para 43% dos brasileiros, há risco de perda de emprego ou de ficar sem trabalho. Em junho, 43%
acreditavam que haveria diminuição do desemprego. Hoje, esse
percentual de otimistas foi reduzido para 35%.
O paradeiro da economia neste
ano fez aumentar nos brasileiros a
percepção de que o governo Lula
não tem atendido às demandas
dos assalariados. O Datafolha perguntou quem está sendo mais
prejudicado pelo governo Lula.
O número um da lista, disparado com 40%, foi a categoria trabalhadores de um modo geral, de
acordo com a pesquisa. Em junho, esse percentual era de 38%.
Em segundo lugar, bem abaixo,
vem o comércio, com 13% achando que esse é um setor prejudicado pela administração petista.
Só 3% acham que os bancos estejam sofrendo com o presidente
Lula no Palácio do Planalto.
Miséria e fome
Dois temas correlatos ao desemprego, miséria e fome, são
apontados por 12% como outros
maiores problemas do Brasil.
Curiosamente, sem que nenhum fato de maior relevância tenha ocorrido, caiu cinco pontos
percentuais, de 15% para 10% os
que apontam a segurança pública
como um dos problemas mais
importantes do país.
Alguns resultados da pesquisa
Datafolha demonstram que os
eleitores têm uma sensibilidade
maior para áreas que apareceram
em mais publicidade do governo.
É o caso das políticas de combate
à fome, que sempre ganham destaque nas propagandas oficiais.
Apesar de o programa Fome
Zero -recentemente rebatizado
de Bolsa-Família- não ter ainda
apresentado resultados práticos
como o Palácio do Planalto esperava, para 53% o tratamento dado
ao assunto tem sido bom ou ótimo. O percentual repete o apurado em março, depois de uma pequena oscilação negativa, para
52%, em junho.
Áreas consideradas de pior
atuação do governo Lula são segurança pública e saúde, com 9%
citando esses dois setores.
Para 58% dos eleitores, a prioridade do país devem ser "áreas sociais como saúde, educação e habitação", segundo a pesquisa.
Só 35% acham que Lula deva
dar "prioridade à área econômica
para garantir a estabilidade"
-que é a prioridade adotada até
agora pelo Palácio do Planalto, na
expectativa de fazer o país crescer
acima de 3% no ano que vem de
maneira sustentada.
(FERNANDO RODRIGUES)
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