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Iseb reuniu nacionalistas de várias tendências
DA REDAÇÃO
Quase 50 anos atrás, um
decreto do presidente Café
Filho (que completou o
mandato de Getúlio Vargas
após o suicídio deste, em 54)
criou o Instituto Superior de
Estudos Brasileiros.
A sua sigla, Iseb, tornou-se
ícone do nacional-desenvolvimentismo, ideário que, basicamente, defendia um modelo de substituição de importações com forte participação dos investimentos estatais, restrições à entrada
do capital estrangeiro e o robustecimento da classe empresarial brasileira. Entre os
principais formuladores
dessa corrente abrigada no
Iseb estavam Helio Jaguaribe, Nélson Werneck Sodré,
Roland Corbisier e Guerreiro Ramos.
Composto por nacionalistas de tendências políticas
diversas -Corbisier havia
sido integralista, Werneck
era um historiador identificado com o PCB, partido ao
qual Guerreiro Ramos procurava antepor uma crítica à
esquerda-, o Iseb viveu um
de seus principais dilemas
em pleno governo Juscelino
Kubitschek.
O livro de Jaguaribe "O
Nacionalismo na Atualidade
Brasileira", de 1958, esteve
no centro da polêmica, ao
não endossar as teses nacionalistas mais radicais na
questão do capital estrangeiro. A disputa, que se encadeou a outras polêmicas no
interior do Iseb, culminou
com a exoneração de Jaguaribe do órgão, em 59. Cinco
anos depois, o Iseb foi fechado pelo regime militar.
(VM)
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