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Governo de Jango foi turbulento
DA REDAÇÃO
João Goulart (1918-1976) governou o país num dos períodos
mais turbulentos da história
brasileira. Eleito vice-presidente
de Jânio Quadros, em 1960, assumiu o governo após a renúncia do presidente, em agosto de
1961. Os ministros militares tentaram vetar sua posse, mas a forte resistência civil contra o golpe
rachou as Forças Armadas.
A crise foi solucionada quando o Congresso aprovou, em regime de urgência, uma emenda
instituindo o parlamentarismo:
a chefia do governo foi entregue
a Tancredo Neves, do PSD. A situação econômica era muito difícil: crescimento em declínio,
inflação crescente (5,23% só em
agosto) e dívida externa elevada
(US$ 3,29 bilhões, na época).
O regime parlamentarista logo
se desgastou, e Jango conseguiu
convencer o Congresso a antecipar de 1965 para 1963 o referendo que restaurou o presidencialismo. Contudo seu partido, o
PTB, não tinha maioria, e ele dependia do PSD para governar.
Numa conjuntura recessiva (o
PIB per capita caiu 2,2% em
1963), Jango não pôde conter as
pressões dos movimentos sociais para implantar a reforma
agrária, numa época em que
55,3% da população vivia no
campo. Isso levou o PSD, que representava os proprietários rurais, a romper com o governo.
O estopim da deposição, porém, foi a quebra da hierarquia
militar. Entre setembro de 1963
e março de 1964, as repetidas demonstrações de insubordinação
dos suboficiais das Forças Armadas levaram os militares legalistas e nacionalistas, que inicialmente apoiavam o presidente, a se afastar do governo.
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