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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Com propostas genéricas, Alckmin diz que deve finalizar plano de governo até o dia 19
DA REPORTAGEM LOCAL
A 63 dias do primeiro turno
das eleições municipais, a coligação que pretende eleger o ex-governador Geraldo Alckmin
(PSDB) divulgou apenas propostas genéricas para uma futura administração na Prefeitura de São Paulo.
O ex-governador promete divulgar seu plano de governo até
o início da propaganda eleitoral
na TV, em 19 de agosto. Segundo ele, o processo de elaboração
das propostas é demorado pela
tradição tucana de optar por
uma metodologia envolvendo
especialistas e interessados na
discussão do programa.
Há cerca de um mês, o PSDB
realiza seminários abertos sobre áreas como saúde, educação, plano diretor, assistência
social e mobilidade. Das propostas trazidas por técnicos e
interessados, saem os temas
que irão nortear cada esfera de
uma eventual gestão tucana. "É
[uma forma de organizar o programa de governo] muito mais
trabalhosa e mais demorada,
mas é muito mais consistente,
exprime muito melhor o que o
candidato, de um lado, o partido e as pessoas que o apóiam,
do outro, pensam", diz o coordenador do programa de governo, Dalmo Nogueira.
Na página do candidato na
internet, as metas apresentadas para transporte são "mais
metrô", "novos corredores de
ônibus, com locais para ultrapassagem", e ônibus automáticos com ar-condicionado "para
incentivar as pessoas a deixarem os carros em casa".
Para a saúde, as propostas
não são menos generalistas.
"Fazer funcionar bem o que já
existe", "acabar com filas e mau
atendimento", melhorar as
UBSs (Unidades Básicas de
Saúde) "com mais médicos",
sem indicação de quantos profissionais e qual o custo que a
medida acarretaria.
Na área da educação, uma
das esferas mais criticadas nas
gestões do tucano no governo
de São Paulo, a promessa é que
"Geraldo Alckmin vai trabalhar
para solucionar a falta de vagas" em creches e escolinhas
para crianças de até seis anos.
A coordenação da campanha
diz que os cerca de 30 grupos,
coordenados por mais de 90 especialistas, começaram a se
reunir em maio. Nogueira atacou os adversários que "saem
[do cargo de] ministro e no dia
seguinte já aprovam plano de
governo [para concorrer à prefeito]". "Ou não trabalhou como ministro, ou não trabalhou
no plano de governo".
Apesar de participarem da
atual administração municipal,
os tucanos reclamam que a falta de informação detalhada sobre o andamento da máquina
pública atrapalha o detalhamento dos projetos.
A organização da campanha
de Alckmin quer detalhar, até
metade de setembro, a viabilidade e as formas de financiamento para as propostas, o que
inclui investimentos do governo estadual e federal. Mas a definição de projetos complexos
-como ampliação do Metrô-
exigiria a contratação de empresas especializadas, o que
não seria feito antes de uma vitória nas urnas.
Para os tucanos, as metas
servem para estimular os eleitores a saberem quais as prioridades do candidato. No caso de
Alckmin, elas são a redução "ao
máximo" da desigualdade social, a melhora "ao máximo" da
mobilidade urbana e desenvolvimento.
"Não vamos ser irresponsáveis de sair chutando", diz Dalmo. "Quem fizer diferente é
muito inconsistente."
(AF)
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