São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Com propostas genéricas, Alckmin diz que deve finalizar plano de governo até o dia 19

DA REPORTAGEM LOCAL

A 63 dias do primeiro turno das eleições municipais, a coligação que pretende eleger o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) divulgou apenas propostas genéricas para uma futura administração na Prefeitura de São Paulo.
O ex-governador promete divulgar seu plano de governo até o início da propaganda eleitoral na TV, em 19 de agosto. Segundo ele, o processo de elaboração das propostas é demorado pela tradição tucana de optar por uma metodologia envolvendo especialistas e interessados na discussão do programa.
Há cerca de um mês, o PSDB realiza seminários abertos sobre áreas como saúde, educação, plano diretor, assistência social e mobilidade. Das propostas trazidas por técnicos e interessados, saem os temas que irão nortear cada esfera de uma eventual gestão tucana. "É [uma forma de organizar o programa de governo] muito mais trabalhosa e mais demorada, mas é muito mais consistente, exprime muito melhor o que o candidato, de um lado, o partido e as pessoas que o apóiam, do outro, pensam", diz o coordenador do programa de governo, Dalmo Nogueira.
Na página do candidato na internet, as metas apresentadas para transporte são "mais metrô", "novos corredores de ônibus, com locais para ultrapassagem", e ônibus automáticos com ar-condicionado "para incentivar as pessoas a deixarem os carros em casa".
Para a saúde, as propostas não são menos generalistas. "Fazer funcionar bem o que já existe", "acabar com filas e mau atendimento", melhorar as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) "com mais médicos", sem indicação de quantos profissionais e qual o custo que a medida acarretaria.
Na área da educação, uma das esferas mais criticadas nas gestões do tucano no governo de São Paulo, a promessa é que "Geraldo Alckmin vai trabalhar para solucionar a falta de vagas" em creches e escolinhas para crianças de até seis anos.
A coordenação da campanha diz que os cerca de 30 grupos, coordenados por mais de 90 especialistas, começaram a se reunir em maio. Nogueira atacou os adversários que "saem [do cargo de] ministro e no dia seguinte já aprovam plano de governo [para concorrer à prefeito]". "Ou não trabalhou como ministro, ou não trabalhou no plano de governo".
Apesar de participarem da atual administração municipal, os tucanos reclamam que a falta de informação detalhada sobre o andamento da máquina pública atrapalha o detalhamento dos projetos.
A organização da campanha de Alckmin quer detalhar, até metade de setembro, a viabilidade e as formas de financiamento para as propostas, o que inclui investimentos do governo estadual e federal. Mas a definição de projetos complexos -como ampliação do Metrô- exigiria a contratação de empresas especializadas, o que não seria feito antes de uma vitória nas urnas.
Para os tucanos, as metas servem para estimular os eleitores a saberem quais as prioridades do candidato. No caso de Alckmin, elas são a redução "ao máximo" da desigualdade social, a melhora "ao máximo" da mobilidade urbana e desenvolvimento.
"Não vamos ser irresponsáveis de sair chutando", diz Dalmo. "Quem fizer diferente é muito inconsistente." (AF)


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