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"Conversei com
o Steinbruch em
meu apartamento"
DO EDITOR DO PAINEL S.A.
O ex-ministro Luiz Carlos de
Mendonça de Barros confirmou ontem por telefone à Folha ter sido procurado pelo
empresário Benjamin Steinbruch com a informação de
que estaria sendo pressionado
a pagar uma suposta propina
ao empresário Ricardo Sérgio
de Oliveira e ao consultor Miguel Ethel na época da privatização da Vale do Rio Doce.
Mendonça de Barros diz que
levou o assunto ao presidente
Fernando Henrique Cardoso.
A história do suposto achaque circulou em diversos escritórios do governo um ano depois da privatização da Vale do
Rio Doce, mas logo foi abafada.
O caso sempre foi mantido em
sigilo pelo governo.
Quase cinco anos depois da
privatização da Vale, Mendonça de Barros, na época presidente do BNDES, decide agora
trazer à tona um dos temas
mais explosivos do país.
No período da privatização
da siderúrgica, Mendonça de
Barros era amigo de Ricardo
Sérgio de Oliveira. Reuniram-se várias vezes para falar sobre
o negócio. A amizade só foi
desfeita na privatização da Telebrás, em 1998. Os dois ficaram em lado opostos na venda.
Folha -O sr. confirma a existência da suposta propina na privatização da Vale?
Luiz Carlos Mendonça de Barros -Não, sobre isso eu não posso dizer nada. O que eu disse é
que esse assunto chegou ao
meu conhecimento.
Folha -O sr. soube da existência da suposta propina por Benjamin Steinbruch?
Mendonça de Barros -Ele esteve comigo no meu apartamento para me dizer que estava
sendo pressionado a pagar comissão de 15 milhões (reais ou
dólares) a Ricardo Sérgio de
Oliveira e Miguel Ethel.
Folha -O sr. sabe se o pagamento foi feito?
Mendonça de Barros -Não, depois não tive mais notícias sobre isso.
Folha -O sr. levou isso a mais
gente do governo? O presidente
soube disso?
Mendonça de Barros -Sim.
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