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CRISE TUCANA
Conduta de FHC e ministros será investigada
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério Público Federal vai
investigar se houve improbidade
administrativa na conduta do
presidente Fernando Henrique
Cardoso, do ministro Paulo Renato Souza (Educação) e do ex-ministro das Comunicações Luiz
Carlos Mendonça de Barros.
À luz do direito penal, a improbidade guarda paralelo com a
prevaricação. Mas, nesse caso,
uma investigação sobre FHC e
Paulo Renato só poderia ser feita
pelo procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro.
Segundo o procurador Luiz
Francisco de Souza, FHC, Paulo
Renato e Mendonça de Barros tiveram notícia de um crime e nada
fizeram acerca disso. "Não importa -e não vou entrar nesse
mérito- se houve pagamento de
propina. Houve o pedido do dinheiro, que é crime. Depois, eles
souberam e se calaram", afirmou.
A investigação será aberta por
conta da reportagem publicada
ontem pela revista "Veja". Segundo relatos da publicação, Paulo
Renato e Mendonça de Barros teriam ouvido do empresário Benjamin Steinbruch, que comprou a
Companhia Vale do Rio Doce,
que o empresário Ricardo Sérgio
de Oliveira teria pedido a ele R$ 15
milhões para reunir em seu benefício o poder financeiro dos fundos de pensão na privatização.
Ricardo Sérgio e o ex-secretário-geral da Presidência Eduardo
Jorge Caldas Pereira, que já são
investigados pela Procuradoria,
agora terão sua conduta analisada
em um novo procedimento, cujo
alvo é avaliar se eles cometeram
crime de corrupção ativa.
Segundo Luiz Francisco, os relatos apresentados na revista sugerem que EJ seria o braço político da manipulação dos fundos,
enquanto Ricardo Sérgio operaria
as manobras financeiras para favorecer determinados negócios.
"Isso reforça a nulidade da privatização da Vale e das telefônicas
e reforça as investigações sobre a
atuação de Ricardo Sérgio e EJ
nesses negócios e nas arrecadações de caixas dois para campanhas políticas e agora com o conhecimento do tucanato", diz.
Ricardo Sérgio é apresentado
pela reportagem como arrecadador de fundos para as campanhas
de José Serra e FHC.
Na semana passada, Luiz Francisco recebeu um dossiê intitulado "Os Porões da Privatização",
que enumera quais seriam as
principais irregularidades nas
privatizações. O conjunto foi entregue ao procurador por um
emissário do banco Opportunity.
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